“OPINIÃO SOBRE O SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE NO BRASIL”.

“O artigo abaixo foi publicado no jornal o Globo e reflete bem a situação da saúde pública no Brasil na questão de mão de obra.”

“Reparem que a matéria toca de leve em vários aspectos e um deles é o abandono da classe médica brasileira às regiões mais inóspitas do território brasileiro.”

“O apartheid da saúde, por Alfredo Guarischi - médico.”

Como médico peço desculpas aos médicos cubanos por algumas grosserias nas manifestações promovidas por alguns colegas. Voltar para senzala ou cara de empregada é ofensa e preconceito. O fígado tomou conta do cérebro. Não sou porta voz ou representante da classe, mas me envergonho do ocorrido. Conheci as dificuldades de barreiras culturais e políticas, quando fiz pós-graduação no Canadá, mesmo estando numa situação diferente dos hermanos.

Desejo aos colegas cubanos e de outros países um bom trabalho, ao povo abandonado pelo abismo social brasileiro. Respeitem nossa constituição e se atenham a boa medicina. Diferente de Cuba, já temos muitos partidos políticos. Lembro que se desejarem pedir asilo político esqueçam. O atual governo brasileiro é pró-castrista.

O clima azedou, pois um problema crônico transformou num factóide político. Após dez anos o governo descobriu um Brasil sem médicos, sem esgoto e sem educação. Padilha, candidato ao governo de São Paulo, precisava de uma agenda e visibilidade A saúde virou prioridade, esquecendo que esgoto e educação podem erradicar doenças.

Os médicos brasileiros se negam a trabalhar onde existe carência de tudo. De forma orquestrada o governo decidiu importar médicos que não poderão atuar em locais diferentes para os quais foram designados. Criando dois tipos de médicos: os do Brasil abandonado e do Brasil padrão Fifa. O exame Revalida é uma exigência de qualificação mínima e prática normal em qualquer país democrático. Por que não permitir nos seis hospitais de excelência privados? Estes hospitais, cinco em São Paulo, têm isenção fiscal.

A realidade é que inexiste um sistema de saúde para todos. As ilhas de excelência do SUS estão cercados por um mar de abandono. Os hospitais universitários abandonados são obrigados a se filiar a uma empresa de terceirização. Mais de 50% dos formandos não têm vagas para residência medica, de enfermagem e de farmacêutico clínico.

É humilhante a situação de abandono imposta aos técnicos de enfermagem. Na maioria dos hospitais existe um êxodo enorme destes profissionais. Eles representam mais de 30% da força de trabalho da saúde. Trabalham em média 36 horas seguidas, em três empregos e dormindo e casa no máximo três noites, incluindo fins de semana, Muitos desistem da profissão em poucos anos. São verdadeiros heróis. Desafio me desmentirem.

Os brasileiros que têm planos de saúde privados - 35% - mendigam locais para atendimento.

Estamos vivendo o apartheid da saúde.”

*Transcrito do jornal Trovão Azul. Semanário Estadual – Paraná 9/16 de setembro.

O artigo deste médico, - Doutor Alfredo Guarischi, nos dá uma “visão”, que a séria questão da saúde pública em nosso país, não será tão somente “resolvida” com a importação de médicos estrangeiros; dá-nos a entender que não é uma questão tão simples assim, cuja solução não estaria tão somente na vinda destes novos médicos, é uma questão de infra-estrutura bem mais complexa e abrangente; certamente faltou vontade política aos nossos governantes destes últimos anos, para aplicarem com prioridade os recursos públicos com destaque a Saúde e a Educação. Quando se fala em Saúde, é toda uma infra-estrutura, com destaque também ao saneamento básico, que como resultado evitaria muitas doenças.

É evidente que não estamos diante de um problema sem solução; os recursos existem desde que sejam direcionadas as prioridades; mas para isto aconteça é preciso que os nossos legisladores pensem mais nos interesses coletivos; exercer um cargo público não deveria ser sinônimo de privilégio, - quantas vezes já nos referimos a isto. - segundo dados os nossos legisladores são os mais caros do mundo...

Quantos países já têm uma saúde e escola pública de qualidade, isto que dizer que não são ideais utópicas, mas que pode ser conseguida depende muito mais da “vontade” política de nossos legisladores...

Terminado nossas sucintas palavras de hoje, pois o destaque ficou com as palavras do Doutor Alfredo Guarischi, que em seu artigo fez um “retrato vivo”, da atual situação da Saúde Pública de nosso país... *

Que o lado de “lá”, possam “inspirar” nossos governantes a não malbaratar os “talentos” ofertados no desempenho de suas missões, pois se isto acontecer, haverá amargos arrependimentos amanhã...

*Aguardamos um simples exame de audiometria há dois anos...

Curitiba, 17 de setembro de 2.013 - Reflexões do Cotidiano - Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 31/08/2015
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