CONVIVENDO E SUPERANDO AS CRISES

Nossa vida profissional, praticamente foi toda dedicada ao ramo de comércio, exceto oito anos em que fomos bancário; na somatória chegou a próximo de 40 anos.

Passamos por vários planos econômicos, sendo que os três últimos, muitos guardam lembranças boas ou más, Governo Sarney, Collor, Plano Real, Governo Itamar, consolidado nos dois períodos de Governo de FHC.

Nossas reminiscências de hoje nos levam aos primeiros meses, que antecederam o Plano Real, a URV, que os preços diariamente subiam, dando aos três elos, indústria, comércio e consumidor, uma situação inusitada, a indústria faturava quando muito com l5 dias de URV.fixa, ao revendermos, quando muito repassávamos no máximo 10 dias sem correção.

Estávamos condicionados a uma cultura inflacionária, de longa data, com sucessivos planos econômicos, e a maioria sempre terminavam em fracassos, onde crescia a descrença, pelos que detinham o comando da área econômica...

Finalmente chegou o dia primeiro de julho de 1994, início efetivo da implantação do Plano Real, inclusive com a nova moeda e com muitas esperanças, a URV. que todos os dias alterava os preços, no dia 30 de junho, -véspera da implantação da nova moeda.- cada setor industrial, bem como os prestadores de serviços, deveriam dividir seus preços por 2750.

O país começou a desenvolver uma nova cultura não inflacionária, apesar de alguns desacertos, a indústria, comércio foram se adequando aos novos tempos, a vida sem o tormento da inflação.

A nos, na condição de uma empresa de pequeno porte e as de médio e grande porte, passamos a conviver com a nova realidade, o estoque imobilizado, passou a não ter sua permanente valorização, os cliente reduziam suas compras, pois os preços não iriam se alterar.

94, 95 foi um período de adaptação a nova realidade, final de 95 e no decorrer de 96, houve uma retração no mercado, aumentando o índice de inadimplência muitos colegas, como no nosso caso.- passamos a descontar duplicatas em banco, cujo os juros e taxas chegavam a 10%! E a fazer uso do cheque especial da Empresa, para honrar os compromissos assumidos, faze difícil para grande maioria, que víamos dia-a-dia nosso capital de giro desaparecer, em face do extremo atraso de recebimentos, e aqueles clientes que não quitavam os títulos, mesmo sendo descontados, que no final eram totalmente debitados na conta da empresa, acrescidos de diversas taxas, bem como os respectivos juros, etc.

Foram tempos difíceis, pelo menos para nos que nos dedicávamos à área de revenda de medicamentos e perfumaria. Quando em setembro de 1998 tiramos nossa última nota fiscal, pois fomos praticamente “obrigados” a parar, pois havia saído uma norma Governamental, que a distribuidora, independente de seu volume de venda, era obrigada a contratar um farmacêutico, e mais, não poderia ter sua sede nos mesmo terreno da residência do responsável pela empresa. (Que era o nosso caso.)

A dívida que tínhamos perante a instituição financeira, foi feito um acerto, na qual devo gratidão a um amigo que muito me ajudou. Na ocasião vendemos até o próprio carro, para saudarmos integralmente os débitos com os fornecedores.

Voltando nossas lembranças a 1996, uma empresa com sede própria, cujo o proprietário conhecíamos a longos anos, pessoa íntegra, toda semana conversávamos, hoje, me questiono se não perdi a oportunidade de sutilmente ter enfocado o lado espiritual da vida e a transitoriedade dos problemas materiais , etc..

Repentinamente recebemos um telefonema, que este amigo, extinguira a sua vida, dentro da própria empresa, bem antes de começar o expediente normal. Pessoa de certo destaque no meio empresarial, a firma desde a muito já era informatizada, e estava beirando os 50 anos de atividade, quando concluiu que tinha a receber não cobria os seus débitos, não sobe a isto superar, talvez aliado a algum tipo de depressão, enveredou por este caminho, que nos sabemos, que apenas agrava mais o problema; somente o tempo e Bondade Infinita de Deus, e a ajuda incansável dos Benfeitores Espirituais, darão amparo e ajuda e haverão de reerguer, aquele que por momentos de fraqueza, e em muitas vezes, havendo até um estímulo pelos chamados inimigos espirituais, que em muitas ocasiões, por desavenças do pretérito, se aproveitam dos momentos de instabilidade emocional, para que se rume para este caminho, que não é a solução mais os agravamentos dos problemas.

Que Deus na sua Infinita Misericórdia, eleve sua alma para uma situação de equilíbrio, onde certamente a paz, a compreensão será novamente reencontrada.

Os bens materiais, são transitórios, ao retornarmos a nossa pátria verdadeira, nos nada levaremos, apenas o bem que tenhamos espalhados, e que certamente, iluminarão nossos caminhos.

Reminiscências, Curitiba, l3 de fevereiro de 2009 Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 29/08/2015
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