APENAS CONTE.
Acho que me reduzi a um número qualquer,que não consigo precisar,pois se preciso emagrecer,conto calorias;se tenho o funcionamento do coração alterado,conto batimentos cardíacos;se me ataca uma dislipidemia,conto taxas;se tenho compromissos,conto os dias;perto do meu aniversário,conto os anos;se o dinheiro está curto,conto o quanto;mas se tenho muito,conto quanto,onde e como;quando tenho esperança,conto a demora;se estou ansiosa,conto as horas;se preocupada,conto os minutos e se apaixonada,os segundos...
Passei da poesia e da prosa,a matemática...
Ah se meu contar não fosse enumerar,mas relatar,com amor e alegria,muito contaria,desde casos,romances,viagens,experiências reais e fictícias,casos de amor que não amei,outros que não superei;coisas que aprendi,outras que nem compreendi;oque a vida me trouxe e o que dela vou levar...
As palavras em mim fluem;os números influem,então,se não estou em codições de meditar,porque é preciso contar,me conte você,seja uma fofoca para rirmos juntas,um problema em que eu possa ajudar,uma verdade a aprender ou nada a declarar,mas me conte algo,para que ouvindo,eu pense que possa escrever e mandar os incômodos números,para qualquer lugar,onde com eles,não precise me preocupar...
Sente aí e me diga:você está bem?Como anda a sua vida?E aquela sua amiga sumida?Ah,encontrou o meu ex?De repente senti saudade...
Como é bom sentir saudade;significa que o vivido no passado,valeu a pena lá e está valendo a pena pela segunda vez,ao ser relembrado...Bom demais sentir saudade,porque saudade só se sente de coisa boa.
Como a prosa é gostosa e até a poesia mais fria,consegue aquecer meu coração.
Definitivamente não nasci para a solidão;as palavras são a minha companhia e a minha razão.Conte mais,conte mais,conte até não poder mais...(eu)