O REI DA SELVA

Cada pessoa tem os seus métodos para recordar o passado. Os seus macetes. Não é só apertar um botão para começar o "cascatear de lembranças". Pelo menos comigo isso não acontece. No meu caso preciso antes de tudo de solidão e tranquilidade. As minhas recordações só saem da toca quando estou sozinho, quando ligo uma música, de preferência chorinho, camba-canção antigo, uma canção dolente... e aí começo a viajar no tempo sentado numa velha cadeira de balanço, é o meu tapete voador que passeio pelo país do passado. A cada balanço da cadeira, as imagens vão surgindo sempre em preto e branco, como no cinema dos velhos tempos.

Dia desses, não riam, please, eu estava viajando no tapete e aí, acreditem, ouvi de repente aquele grito característico de Tarzan, O Rei das Selvas. Um grito igualzinho aos dos filmes. E não era de Lex Baxter não, mas o de Jonhy Weissimuller, o melhor Tarzan da história do cinema. E aí vi Tarzan, naquela casa de madeira no alto de uma árvore, junto com Jane (com as coxas a mostra), linda, vi Chita e vi também Boy. Vi tambem a selva e vi, claro, as aventuras de Tarzan ns velhos filmes, ele voando naquelas cordas de bambu das árvores.

Eu concordo, amigos, que os filmes de Tarzan eram ingênuos, apens divertimento para crianças. Mas, gente, esses filmes marcaram a molecada. Quantos de nós não imitamos Tarzan voando nas árvores e levamos tombos inesquecíveis? Quantos não sonhamos, depois de mairorzinhos, com Jane naquela base! Os filmes de Tarzan foram uma referência da nossa geração.

Nada tenho contra ios benefícios trazidos pela tecnologia, mas não posso renegar a minha história, não posso relegar as minhas recordações, não posso deixar de me deliciar com as minhas saudades. É isso aí, amigos, ainda ouço o grito de Tarzan, ainda recordo Jane, a nossa musa, quem orimeiro mostrou as coxas no cinema. Também recordo Chita. Um amigo me dizia que Tarzan gostava mais de Chita do que de Jane. Maldade. E lembro Boy. E o murinho da minha casa que a gente fantasiava de selva. Amo as minhas recordações. Não deixo de relembrá-las. Graças a Deus.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 28/08/2015
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