BODAS DE CACHAÇA
Não é crônica isso aqui, não é um poema
é uma prosa "desconcreta"
uma valsa na escadaria da igreja
um salto sobre o rio.
Não é uma crônica sóbria, mas é leve
de pouco peso na bagagem literária
sem hélices e sem motor de arranque.
Lido com palavras soltas, as ásperas eu assino
as lisas perco de propósito na rua,
alguém pode precisar de atenção
pode estar querendo ler alguma coisa amena
que traga um pouco de realidade.
Não é uma crônica isso aqui, não é um esquete
é um grito aberto em direção ao nada
na "rabeira" de uma onda distraída.
Estico minha rede nas estrelas
deito de papo para o azul do infinito
converso com anjos bêbados
sentados nas nuvens-trem.
Hoje faço bodas de cachaça,
isso aí, bodas de cachaça...
Nunca vi ninguém comemorar uma vergonha,
mas eu comemoro,
com direito a brinde, a porre e a susto.
Não é uma crônica, isso aqui não é,
mas são linhas com palavras juntas
com desenhos de ideias
com ranço de texto velho
com gosto de cerveja choca.
É, não é, não!!!!