REMINISCÊNCIAS MATINAIS
Se uma canção nos remete a outros momentos, relembrados de inopino, a sensação térmica também nos transporta a outras realidades, misto de saudades e nostalgia...Hoje a cidade amanheceu tal como a batizaram nossos antepassados, a terra da garoa; jamais imaginei que ansiaria por isso, apesar dos inevitáveis transtornos decorrentes de uma chuva em pleno início da manhã, o taxímetro transferindo minhas moedas para o motorista do táxi, tamborilando sua ansiedade na direção, falando amenidades, em respostas aos meus monossílabos indiferentes. A cidade entra em alerta, basta meia hora seguida de chuva, esta nem tão intensa, metrôs e ônibus apinhados, mil guarda-chuvas coloridos, até que fica belo no cinza das horas, o contraste, não fora as poças d´água indesejáveis, encharcando os pés, remetendo a lembranças das pré-históricas galochas da casa de meus avós, tão protetoras. E para não parecer ranzinza, aquele que reclama de tudo, seja bem vinda chuva, rala que seja...ainda ontem reivindicava sua vinda, venha devagar, tranquila, mais que isso será o caos...