Banheiro Público
Cheirava a cigarro, precisamente a bituca de cigarro. O cheiro parecia vir do ralo.
Na parede, um espelho velho, cheio de falhas e pontos pretos, mutilavam o meu reflexo. O chão estava empossado e gasto.
A porta do banheiro tinha o trinco quebrado.
Os papéis sujos transbordavam no pequeno cesto.
Nas paredes imagens pornográficas das mais diversas, também números de telefones, recados obscenos, alguns engraçados, outros pareciam pedir socorro, todos muito interessantes, eram feitos a caneta com corretivo e alguns riscados por ponta de chave.
Em meio à bagunça de escritas errôneas, no espaço vazio, decidi deixar o meu recado, alusivo aos demais, um lembrete da minha existência, pintada de batom naquela caverna de concreto.