As formiguinhas

Numa certa manhã, após acordar, fui ao banheiro e percebi, da porta, uma movimentação estranha pelo chão. Olhei para aquilo e minha primeira reação foi ir à cozinha e pegar uma vassoura, a fim de eliminar tal amontoado esquisito, que se movia.

Entretanto, observando mais atentamente aquilo, pude perceber como era lindo. Fiquei encantada!

Havia ali, no branco do chão, uma maripozinha morta e dezenas de formiguinhas que labutavam em carregá-la. Fiquei mais alguns minutos ali e, a medida que o tempo passava, meu encanto só aumentava. Minha ojeriza inicial já não mais se evidenciava, achava aquilo lindo.

A partir daí, comecei a refletir na beleza que presenciava, na solidariedade que há no mundo animal, a solidariedade daquelas pequenas formiguinhas para carregar aquela pequena mariposa, a meus olhos; mas tão grande para elas!... Aquelas formigas, como operárias, levando o alimento para o formigueiro. As formigas que, solidárias, formando uma enorme fileira, carregavam aquele peso, que seria, no formigueiro, motivo de festa!

Foi por isso, meus amigos, que não tive coragem de varrer tão belo gesto de solidariedade no mundo animal.

Me senti pequena como ser humano, a quem Deus agraciou com a dádiva de pensar.

Confesso que tenho bastante compreensão dos gestos necessários a todos nós , procuro praticá-los sempre; mas reconheço que é tarefa árdua! É difícil, enquanto seres humanos, colocar-nos no mesmo patamar de consciência que os insetos, para vivermos com mais qualidade de vida, paz e amor.

Em nosso mundo, dos humanos, hoje em dia principalmente, a humanidade não costuma olhar para o seu semelhante; por isso dizemos:

"Se há quem se importe, por que eu teria de me importar?"

"Pode morrer quantos tiverem que morrer, não me importo! Se não for meu amigo, nem da minha família, passo livre, leve e solto!"

Esse é o perfil de grande parte dos humanos. Na Terra há fome, choro, gritos de socorro, angústias, tristezas, miséria... Precisamos de mais solidariedade, acordarmos para o real.

Não devemos sentir inveja dos outros animais e dos seres humanos, todos somos filhos do Criador. Precisamos ser gente, com sabedoria de gente! E seguirmos o exemplo das formiguinhas: uma mão lava a outra, e assim sucessivamente.

Dona Zulmira
Enviado por Dona Zulmira em 26/08/2015
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