CAMPANHA DA COCA DEU CHABU

Era um expert em publicidade. Famoso. Ganhara vários prêmios na área. Era mesmo o cão chupando manga na publicidade. Sua especialidade eram os grandes catazes, outdoors, banners. Espalhava-os nos quatro cantos das cidades e era tiro e queda para alavancar as vendas de produtos e também de serviços.

Fora contratado recentemente pela Coca-Cola para fazer a publicidade de seu novo lançamento na Arábia Saudita. Um contrato milionário. Um contrato importantíssimo para a empresa porque nos países árabes a propaganda visual faz mais efeito do que na tevê.

Ele teve um problema, não falava árabe, e não quis dividir o trabalho com outros profissionais, era meio egoísta, tipo cavaleiro solitário.

Viajou para a Arábia Saudita e como, repito, não falava árabe resolveu bolar os cartazes sem legendas, feito isso mandou espalhá-los em todo o país. Foi uma campanha caríssima.

Quando voltou e encontrou com os amigos, estava um trapo, triste, jururu, depressivo, quase no volume morto. Os amigos ingadaram do motivo, todos apreensivos. Ele então explicou que sua depré decorria do fracasso retumbante e avassalador da publicidade do lançamento do novo produto da Coca-Cola. Disse que tinha bolado três cartazes que seriam afixados juntos, um depois do outro. O primeiro mostrava um sujeito caído no deserto e quase agonizando. O segundo mostrava esse susjeito tomando uma Coca-Cola e o terceiro, o último, mostrava o sujeito recuperado, alegre, transbordando de felicidade, contentíssimo. Os amigos então ficaram surpresos de que algo tão bem bolado não tinha dado certo, aí perguntaram o motivo. Ele triste e quase chorando explicou: "O problema é que ops árabes olham para os cartazes do jeito que lêem, da direita para a esquerda, assim minha publicidade deu a entender que a Coca acaba com o consumidor".

Parece piada, mas é preciso entender que os povos têm as suas peculiaridades. Sem conhecer a cuktura de um povo fica difícil se fazer publidade voltada para eles. Cada povo tem a sua cultura. E priu.