COQUEIRO VERDE

O preconceito contra a mulher sempre existiu, mesmo dentre pessoas com cultura. Hoje deu uma melhorada de 180 graus, mas ainda subsiste um resquício de machismo, de intolerância, de discriminação absurda.

Era algo cultural. O homem não se conformava apenas em ser o tal cabeça do casal, mas também dono da mulher. Era autoritário, intolerante e arbitário. Nãq tanto por maldade, mas porque precisava se afirmar como o macho, o líder da casa, o bambambã.

Isso vigorava até na música popular mesmo na época que a mulher começou a reagir e a lutar contra a discriminação. Erasmo Carlos num samba que fez muito sucesso, divertido e cantado até pelas mulheres, demonstrou essa discrimação, e era, salvo engano, começo dos anos oitenta. Vejam a letra de Coqueiro Verde: "Em frente Coqueiro Verde/ Esperei uma eternidade/ Já fumei um cigarro e meio/ e Narinha não veio// Como diz Leila Diniz/ O homem tem que ser durão/ Se ele não chegar agora/ Não precisa chegar// Pois eu vou me embora/ Vou kler o meu Pasquim/ Se ele chegar e não me ver/ Sai correndo atrás de mim".

E o tremendo era light. O samba dele não era, sejamos francos, um "Amélia", mas pintava o retrato do relacionamento do homem com a mulher na época, e usava ate a frase de uma figura libertária, Leila Diniz.

Felizmente o Coqueiro Verde está esquecido, Gatinha Monhosa é mais lembrada. Mas, repito, ainda há muoto preconceito, mas não o absurdo de ontem.

De minha parte não tenho nenhum preconceito contra as mulheres. Adoro ser mandado pelas mulheres. Juro.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 26/08/2015
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