ESCREVER E NÃO LER....ESSA NÃO

Escrever é difícil. Ficar sem escrever é mais.

Do que adianta minha cabeça digerir uma montanha de pensamentos se isso não produz um saco de areia?

Escrever, em algumas poucas décadas, será um ato antiquado, coisa de povo tupiniquim. Você pensa e uma máquina escreverá tudo aquilo que passou pela mente. Óbvio que existirão programas de edição automática, do contrário voltaremos a nos matar feito trogloditas famintos. Evoluímos como sociedade, mas ainda somos tão infantis como milênios atrás: ninguém aguenta ouvir umas verdades, nem nós mesmos.

Escrever põe pimenta na conversa, na cantada, ate mesmo no trabalho. Afinal quem não gosta de receber um bilhete escrito à mão no bar ou na balada? Pois é, só as palavras não convencem. Para uma advogado muito melhor aquele pedaço de papel escrito com raiva ou amor, que aquele discurso longo e meloso dos acusados.

Nunca acreditei que Deus escreve certo por linhas tortas, se assim fosse, a Justiça não seria cega, apenas míope.

Muitos dizem que tenho mão para escrever, ainda bem né, se não estaria que nem o físico Stephen Hawking, postulando teorias só com o movimento dos olhos. Pode ser mesmo que eu tenha um pouco de jeito, mas é só porque escrevi e li muito. Escrever antes de tudo é prática, dedicação, um sonho que só vira realidade com a caneta na mão ou teclado a nossa frente. Fora isso, é tudo elucubração, mascar borracha, lero-lero.

Se é realmente a maior invenção do homem, que esta sirva de chave para a libertação da alma e uma forma de eternizar os nossos fantasmas e sonhos seja num pedaço de papel ou nos bytes de nossos computadores.

JMD