Brasil, repercussão internacional
“Três coisas devem ser feitas por um juiz:
Ouvir atentamente, considerar sobriamente
e decidir imparcialmente.”
(Sócrates)
Alguns amigos e amigas comentavam entre si:
- Discordar do ponto de vista de outrem é gratificante e faz parte do processo democrático, contanto que o desacordo, o contra-argumento, ocorra de maneira respeitosa e isento de violências.
- Na internet mesmo, protestam, emitem opiniões, compartilham, et cétera, et cétera. Entretanto, é difícil quando a intolerância e a revolta de alguns se sobrepõem à cordialidade e ao respeito à opinião de outrem, somente pelo fato de discordarem de pontos de vista dos nossos.
- O jornal The New York Times publicou em editorial, que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff provocaria sérios danos à democracia brasileira, que se fortaleceu notavelmente nos últimos trinta anos.
- Me convidaram para participar da passeata dos que querem a renúncia da presidente Dilma do poder, realizada no domingo dezesseis. Eu poderia ir se fosse para retirar todos os politiqueiros do Brasil, assim como de uma boa parte da nossa população que há anos se conluia com os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, os três corrompidos, tornando os cidadãos de bem reféns dos desmandos de quem deveria defender seus direitos... – Nesse momento foi entrecortado por Azambujanra:
- É isso aí, quando eu era soldado do Exército, um cabo motorista convocou três colegas para desembarcarem do caminhão uma grande quantidade de latas de manteiga na casa de um general. Naquele tempo, anos sessenta, já havia general ladrão!
- E ainda tem gente que quer a volta da ditadura militar. Avalie!
- Teve um general do Exército que disse que “Se um único civil sofrer ameaça no domingo, as Forças Armadas tomará providências”. Aí eu pergunto: No período da ditadura militar eles agiram como? Cadê a imparcialidade?
- Gente, não sou comunista, mas é bom relembrar que nos anos de 1936 a 1945, fez crescer a dedicação do povo quando houve o isolamento carcerário do então líder Luís Carlos Prestes, e quando o levaram à presença dos ministros do Supremo Tribunal Militar. Antes de subir as escadarias do Tribunal, os policiais que o acompanhavam agiram com violência espancando-o até sangrar. Os juízes e espectadores, pasmados, viram o sangue escorrer da face do líder. Uma cena que fez com que juízes e espectadores sentirem, de perto, o ambiente degradante que viviam. Sangrando, os juízes sentiram-se constrangidos em cassar-lhe a palavra de defesa oral. Em 1945, anistiado deixa a prisão. Foi quando pode conversar diretamente com o povo, ficando conhecido como o lendário Cavaleiro da Esperança. Hoje quais são os nossos heróis? E quem é esse ou essa que faria um trabalho melhor?
- E não foi somente o jornal americano a defender a permanência da presidente Dilma, a agência de notícias France Press repercutiu as manifestações, abrindo o texto com uma alerta: “Cuidado com os desejos porque podem se tornar realidade”!
- Alguns políticos não pensam em servir, mas em se servir!
- Principalmente os religiosos alienados do nosso Brasil.
- Já estão comparando Dilma com o então caudilho gaúcho Getúlio Vargas e Jânio Quadros, que praticou uma política econômica e uma política externa que desagradou profundamente os políticos..., setores das Forças Armadas e outros seguimentos sociais: oposição das elites conservadores e dos militares. No poder, proibiu as brigas de galo e o uso de lança-perfume, criando assim impopularidade com apostadores e carnavalescos viciados em apostas e porres!!! Só mesmo quem não lê e não conhece a história, não é mesmo?
- O que incomoda é o silêncio das autoridades.
- Já dizia o famoso Martin Luther King: “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons.”
Essas anotações acima, algumas delas eu procurei colocar no bloco que a minha querida filha Maria do Carmo me presenteou este ano no dia dos pais. Este presente me incentivou e reforçou o que ela me disse: “Em 2015 continue lutando pela literatura com a mesma força dos anos anteriores”.
“Sartre (escritor francês) carregava um bloco de anotações no bolso para onde ia e anotava suas ideias em cafés, bares, restaurantes... era chamado o bloco de MOLESKINE. Hoje em dia alguns escritores na Europa toda usam esses pequenos cadernos...”
Enfim, transcrevo o que Jean-Paul Sartre dizia:
“Eu posso sempre
escolher, mas
devo estar ciente
de que, se não
escolher, assim
mesmo estarei.”
Vejam e sigam Fiteiro Cultural: Um blog cheio de observações e reminiscências – http://josecalvino.blogspot.com/