Novidades no ensino atual
Sempre ao acordar, às 5,30 da manhã, preparando-me para exercitar-me com meu cão filhote Dálmata, o Pimpão, ligo a TV Escola.
Tenho aprendido horrores em todos os possíveis saberes que a humanidade já conquistou. E de quebra, às 6,00 em ponto, a TV toca o hino nacional ( que nunca me esforcei em decorar a segunda parte). E ainda não consegui memorizar, apesar de ouvir o hino toda manhã. Hoje, tomei conhecimento ( não me recordava mais) da batalha de Curupaiti, na guerra do Paraguai, onde a esquadra brasileira teve fragorosa derrota, o que precipitou a nomeação do famoso Duque de Caxias para conduzir a guerra do lado brasileiro.
Mas o que quero mesmo contar aos amigos e amigas é sobre a matemática ou aritmética, meu trauma de infância. Sei agora que a deficiência maior era dos professores que não sabiam ensinar, não tinham, na época uma boa técnica. No meu tempo, os professores eram ranzinzas. O Professor de Português, por exemplo, caso você errasse na lição de casa, simplesmente atirava o seu caderno pela janela do terceiro andar. O de matemática, o cearense Borborema vivia me ameaçando reprovar quando chegasse o fim do ano ( e me reprovou, mesmo).
Para minha alegria, embora chegando com um atraso de mais de cinquenta anos, vejo na TV um professor de matemática, ensinando sua matéria fazendo Origami e os aluninhos aprendendo frações, somas, multiplicações, etc etc, com a maior facilidade. Tudo isso num ambiente de camaradagem e alegria. A razão: o ensino parte de fatos concretos e não se ensina mais de maneira abstrata, como no meu tempo.
E o professor de hoje chegou a dizer que o Joãozinho estava certo quando deu uma resposta que não era a mesma do professor. O problema foi o seguinte: uma lata de sardinha custa 3,20 . Qual o custo de duas latas? O Joãozinho deu a resposta de 6,00 reais, ao invés de 6,40 porque trouxe o cartaz do supermercado, que dizia: Uma lata: 3,20, mas se comprar duas latas o preço é de 6,00 reais.
Logo me lembrei de um menino inglês, fato contado por Russell, também com este tipo de raciocínio concreto. A governante deu o problema: se um cavalo vale três vezes mais que um potro e o potro vale 22 libras, qual o preço do cavalo? E o menino indagou- o potro é domado?. - Ora, isso não faz diferença . – Ah, mas o cavalariço James diz que faz muita diferença!
Tudo bem, fica mesmo evidenciado que até certa idade é muito difícil para a criança o raciocínio hipotético. Estou apreensivo é em saber que o nosso professor aceitou a resposta do Joãozinho. E me vem a dúvida cruel, qual o tempo melhor? O meu tempo, em que os professores eram meio sádicos, com as exceções de praxe, ou agora, em que há grande tolerância, para evitar ressentimento dos alunos.
A era dos ressentidos na nossa sociedade está nos levando a um bom caminho?