A Pátria
A Pátria não é o imenso território, nem o ofertório de flores que a Natureza deposita diariamente aos pés do Senhor;
não são os rios escandalosamente grandes e lindos que saem por aí dando show de beleza e esplendor;
nem tampouco as montanhas e vales nada tímidos que se escancaram de amor e se declaram publicamente, sem pudor!
A Pátria tem o suave perfume do auriverde pendão da minha terra,
estandarte, cantado em prosa e verso, abençoado, consagrado e beijado por milhões de brasileiros...
Minha Pátria parece uma menina sem juízo: cresceu, apareceu, brilhou e
se esqueceu de se comportar com civismo e se vestir dignamente com a grandeza de potência de todos os mundos...
Às vezes, sai de sapato nada alto, enrolada num manto bordado de democracia, gritando feito louca, sacudindo os chocalhos da dominação...
com essa cara de viciada em berço esplendido, essa menina-Pátria sabe plantar, colher e comer sozinha, já é adulta, contudo, não perdeu ainda a mania de ganhar comida na boca.
A Pátria é a força do povo delicado e gentil, hospitaleiro e forte
que se doa até à morte pelo Brasil.