Que empresário não adoraria ver crescer demais o lucro?
Se ele conseguir fazer seus mansos funcionários trabalharem mais sem aumentar o salário pago, sorrirá desfrutando a condição ideal.
 
Essa meta, implícita no capitalismo, inspirando a incessante exploração que jamais compensa ou valoriza o ser humano, alcança, nos tempos modernos, um estímulo o qual facilita explorar, almejando somar rios de dinheiro, porém afastando a culpa do gentil capitalista.
Os explorados, nesse caso, os robôs, trabalham com máxima eficiência, não revelam cansaço, dispensam remunerações e ignoram as emoções, portanto, sempre tranquilos, declaram que nunca sofreram exploração, anulando assim todas as queixas.
 
Os antigos explorados, as pessoas, choram lastimando essa disputa tão injusta, esquecidas e desprezadas, recordando a fase da exploração que agora traz a saudade.
 
* Em Joinville os primeiros robôs “colaborativos” já começaram a atuar. Recebem esse nome porque trabalham ao lado dos funcionários.
Explicam os bondosos contratantes que os robôs evitam a fadiga das pessoas e impedem eventuais falhas.
Logo o raciocínio frio fará perceber que, além da fadiga e dos erros, as pessoas geram uma folha salarial no final de cada mês.
Os robôs, não!
 
É fácil concluir que, em breve, a palavra “colaborativos” sumirá.
 
Nesse instante os robôs ofertam a mão solidária.
Nossos netos, talvez os filhos, verão eles oferecerem o pé nos delicados bumbuns dos trabalhadores que não poderão reagir nem comemorar o implacável progresso.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 24/08/2015
Reeditado em 24/08/2015
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