FOLHAS SECAS
Quando piso em folhas secas, caídas de qualquer árvore, não penso na Estação Primeira da Mangueira como dizem Nelson Cavaquinho e Guilherme Brito no antológicvo e belíssimo samba, nem tampouco na bela canção francesa Les Feuilles Mortes, mas, hermanos, na vida.
Sim, porque aquelas folhas secas caídas no chão do meu caminho tiveram o seu tempo de vida, nasceram, florescram e morreram no seu outono. O que sucede com qualquer ser humano, seja ele quem for. A maneira pode ser diferente, a folha é arrancada da árvore no final do seu outono pela brisa da manhã ou o vento da tarde, já o ser humano pode ser alvo de uma "ventania" diferente. Mas o destino é o mesmo.
É triste? Não. É peritamente normal e irreversível. E se é assim não por que se estressar ou cair em depressão, mas viver o que resta de vida, tal e qual as folhas das árvores, ter o nosso momento de brilho, gozar, viver, seguir o nosso caminho sem traumas e sem recorrer à masturbaação sociológica para se explicar o óbvio, quem nasce, vive e morre. Tudo, plantas, seres humanos, água... Tdo, tudo que faz parte do ecossistema divino é finito. É entregar tudfo a Deus.
Vou continuar andando pelas ruas pisando nas folhas secas, mas sem pensar nesse grilo, apenas assoviando o samba famoso.