Pequeno rascunho
Estava deitado e não conseguia dormir. Virava para um lado, para o outro e nada. O sono estava ali, mas estava impossível conseguir dormir.
Sentei-me então e peguei um caderno velho e uma caneta para rabiscar algumas coisas enquanto a madrugada passava. Saiu um traço aqui, outro lá, uma palavra escrita aqui, outra ali. Decidi então escrever algo com sentido, contar algo para mim mesmo. Mas para isso eu precisava de uma inspiração, de algo a ser contado.
Peguei meu celular, selecionei algumas músicas e me fechei em meu mundo: eu, minhas músicas, um caderno, uma caneta e muita coisa a ser escrita.
Horas depois, quando os primeiros raios de sol começaram a iluminar meu quarto, notei que havia contado uma história naquelas páginas que antes estavam vazias, mas que naquele momento já estavam carregadas de palavras, de sentidos e de muito sentimento.
Guardei aquelas páginas e a história contida nelas como uma lembrança de algo que estava dentro de mim, que foi vivida única e exclusivamente em minha imaginação. Mas sinto às vezes que essa é a lembrança mais viva no meu cotidiano. Sinto que essa história contada em algumas poucas páginas é a história que mais gosto de contar, que mais gosto de lembrar. Talvez por ter acontecido somente dentro de mim, sem interferências. Ou talvez seja por ser apenas um rascunho de uma história que pode ou não se tornar real.