HITORIA DA MINHA VIDA - 3A PARTE

VOU CONTAR A MINHA HISTÓRIA = SEGUNDA PARTE E 3A

Acho que não fiz um escrito muito adequado. Escrevendo aqui. Mas no primeiro dia me pareceu o melhor lugar. Ia começar falando da minha avó e nesta semana, as imagens do meu pai, do meu irmão Miguel, e do meu irmão Gabriel, e do meu filho Gabriel que não tem aparecido aqui em casa, tem me acompanhado, como protetores guardiães, e de concreto tenho mesmo é minha gata Neném que é viva e concreta e nos amamos com todo o carinho, toda a confiança e alegria.

Ela está aqui ao pé da cadeira para ficar pertinho de mim, imóvel, confiante. Eu ia falar da minha avó materna. Ela foi para nossa casa por estar doente, e por alguma desavença familiar veio da casa do meu tio Prudente Aguiar, um tio muito alegre e divertido, dentista de Petrópolis. Criança nota tudo. E eu a amei assim que chegou. Achei-a bonita e amável, doce e delicada. Meu irmãozinho Gabriel, mais novo três anos que eu também se afeiçoou a ela. Todos a tratavam com respeito e carinho. De cama, mas sempre bem cuidada, e, todos os dias ao fim tarde, éramos levados a ficar na cabeceira dela, fazendo companhia. Ela tinha uma feridinha perto da boca, próximo ao lábio e eu sentia pena e carinho. Eu já entendia muitas coisas da vida sem perceber tal. Ela contava algumas coisas pra gente, possivelmente histórias ou o sentimento dela. Ficávamos na cabeceira encostando o rosto no dela, e foi enfraquecendo, e eu percebendo que enfraquecia. Ao despedir dela eu dava um beijo na face e um beijo sobre a feridinha. Tinha noção que era escondido que eu fazia isso, pois se um parente notasse ia proibir de eu ir vê-la todos os dias. Na última vez que lhe dei esse beijo, parece que eu sabia que era a última vez.

E nunca mais a vi. E minha mãe chorava muito. Desde então vestiu preto no resto de toda sua vida. E deixou de ir à igreja por sentimento contra Jesus. Ela adorava a mãe dela e sentiu muito. Mas não percebi o que ocorrera.

.A partir daí, minha mãe começou a costurar. Criou um "jardim de Infância" no porão do nosso sobrado. Muito engenhoso com brinquedos feitos de madeira para as crianças montar e balançar juntas.

.,Eu tinha entrada franca ali. Calculo que eu tivesse uns cinco anos. Eu adorava aquele porão transformado pela minha mãe em atividade prazerosa.

.TERCEIRA PARTE

Minha infância em Visconde de Rio Branco foi a mais feliz do mundo.

Amo esta cidade de origem com tudo de bom. Pulei uma parte muito importante, antes da minha avó. Segundo contava minha mãe, e eu mesma me lembro, é que logo que soube andar com segurança, eu saí de casa e fui passear pela calçada a ver as casas. Dia de muito sol. Olhava tudo com encantamento, mas o mais curioso eram as casas contínuas na minha calçada, Eu admirava cada uma, julgava ou definia num critério infantil, e, de repente encontrei uma casa com um pequeno alpendre que me conquistou, como amor à primeira vista. O portão de fero estava aberto. Uns três degraus me levavam ao alpendre de ferro. Este tinha um telhadinho bonito e era aberto para o fundo do quintal, ao longo do comprimento longo da casa. E tomado por um canteiro de flores . Lindo, flores rosas, lilases, azuis brancas e amarelas. Os verdes das folhas eram um suporte lindo todas as folhas frescas e recém regadas e de tons de verde diversificados. Aquilo me encantou e amei desejando que fosse meu. Mas era da Lucy, uma das donas da casa. A porta da sala também estava entreaberta. Entrei. E aceitei aquela casa como minha. Fui entrando, da sala de visita ,pra sala de jantar, um corredor com diversos quartos até à cozinha..

Ai, um cômodo, grande, e aí tudo era encantador. Um fogão de ferro aceso, cheirinho gostoso e uma fada madrinha: a Dona Corália.

Dona Corália me aceitou e me amou e vice e versa. Um encanto da vida que pode ocorrer entre o idoso e a criança. E ali passei a morar a minha infância. Acordava e vinha correndo pra Dona Corália, E, à tarde quando o dia terminava, meu pai vinha me buscar e eu já estava quase dormindo. Era uma felicidade.

Na casa da Dona Corália tinha também as filhas dela: a Lucy, a mais velha, a Amélia a mais querida, a Odete, a Estela e uma casada que morava em outra cidade. Tinha um filho Mario que eu não gostava

muito não. E um outro casado que morava em outra casa e que participara da guerra.

Nesta mesma época não me lembro quase nada da casa da minha mãe. E ainda não tinha nascido o meu irmão mais moço. Eu era a mais nova da casa;.

Mas não lembro bem dessa casa, exceto que tinha uma boa fachada e um quintal enorme com árvores também enormes na beira de um rio.

Não é que eu não gostasse desta casa. Mas alguma coisa ali acho que não. E procurei outra casa, e achei a casa que combinava comigo.

Nesta casa me tratavam como eu trato meu netinho de três aninhos: muito amor. E era dona de metade do quintal, que era enorme, a minha metade era a horta. Era o meu mundo de felicidade. Tinha um portãozinho de madeira sem tranca, e muitos canteiros sem muitos cuidados, e por entre eles eu dominava, mas o encanto mais delicioso era da parreira de uvas, que tinha uma flor como trepadeira que dava uma flores belas, lilases e com forma de cisnes.

Um banco de madeira lisa para se descansar, mas sua utilidade pra mim, era por de baixo, que era minha casinha e meus guardados. Ali era meu mundo encantado. Ali eu comecei a apreciar a diversidade de cores.Lembro até da sombra que a trepadeira fazia no chão, a cor projetada no chão era mais suave, mais clara que a original, e esta magia ficou na minha lembrança. Eu era tão feliz! Acho que eu era o encanto daquela casa e elas eram o meu encanto, o meu mundo.

Enquanto meu irmão mais moço nascia e crescia eu não sabia nada dele, e nem da família. na verdade, as duas famílias acabaram ficando amigas por toda a vida . Eu amava e respeitava a Dona Corália. Amava e respeitava as flores da Lucy.

Mas quando ele andou, também veio fazer companhia a mim na casa da D. Corália. Querida Dona Corália, mãos de fada, de bondade e de amor.