B A B E T T

Sou maluco por cinema. Mas estou impossibilitado de assistir a filmes nos cinemas, devido ao ar condicionado me causar crises de asma. Asssim, só me resta o recursos do vídeo. Assisto a pelo menos três filmes por cinema mele, mas de vez em quando há um problema, ou o filme está estragado ou vem trocado, a capa não corresponde ao filme que está no seu invólucro.

Foi o que ocorreu um dia desses, um amigo me emprestou o filme "Janela Indiscreta", de Alfred Hitchcock, com James Stwart e Grace Kelly. Já assisti a esse filme várias vezes e não me dou por satisfeito. Bom, quando cheguei em casa e fui colocar o filme fiquei puto: não era "Janela Indiscreta", mas um ´tal "A Festa de Babett". Coloquei-o na capinha e deixei prá lá. Uma maçada.

Mas à noite, o programa da televisão estava ruim demais (que novidade!), aí pensei no filme trocado e, por curiosidade, resolvi assisti-lo. Que noa surpresa, até fiquei feliz com a troca. É um filme ótimo, um dos melhores que assiti nos últimos tempos. Um arraso.

Ele conta a história de uma célebre cozinheira de Paris que, perseguida, mais ou menos em 1800, resolve fugir para o interior da Dinamarca. Vai para um vilarejo, lá fica ajudando duas irmãs já velhas. É uma comunidade tediosa, gente preconceituada, uma onda de amargura no ar. E a comida é toda sem imaginação, ruim paca. Então, Babaett, a cozinheira, resolve tentar levantar o animo das pessoas, sobretudo das duas irmãs velhas que são pessoas muito fechadas. Ela não deixa de fazer sua fezinha na loteria, e um dia acerta. Resolve então usar todo o dinheiro para fazer um grande jantar na casa das duas velhas. Manda buscar os ingredientes mais sofisticados. Faz o jantar. Vêm vários convidados, inclusive um general que está visitando a localidade, filho do vilarejo. No começo todos ficam desconfiados daquele tipo de comida, pratos variados e estranhos, mas a medida que vão comendo vão descontraindo, gostando e soltando a língua. O que não é capaz uma boa comida! O general chega a dizer que só comeu aquele tipo de comida num jantar em Paris, feito pela melhor chef da França. Não sabe ele que é a prórpia que preparou o jantar que está degustando. No final todos parecem outras pessoas, felizes, alegres, completamente mudados.

Depois que todos saem as velhas agradecem a Babett e uma delas diz: - Mas agora você gastou tudo que tinha nesse jantar e ficou outra pobre. Babett então afirma em alto e bom som: - Um artista nunca é pobre! Nunca esqueci essa frase. É uma verdade.

QWuem não asstiua esse filme, assista. Vale a pena. Juro.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 20/08/2015
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