Miscigenação do catimbozeiro (3)
Enquanto professores e coordenadores se acham atarefados com provas à corrigir, equipes á gerenciar e relatórios á fazer, estudantes organizam-se em plenárias, gerenciam grupos, e fazem relatórios orais dos últimos acontecimentos. Como diz o apresentador Faustão quem sabe faz ao vivo. Enquanto os outros, aos trancos e barrancos, vão “se virando nos trinta”.
Alunos debatem em espaços abertos, sem água e sem cafezinho, aonde suas propostas por sufrágios vão sendo aprovadas. Professores entre papeladas vão preenchendo laudas e formalizando processos justificando metas não atingidas e exaltando as metas atingidas, para encaminhar a seus gestores principais entre formulários e relatórios descritivos.
Enquanto professores dentro de, ou em seus bureaus (mesas ou escritórios) relatam o passado com relatórios e formulários, os estudantes vão construindo o futuro no meio das ruas e praças com palavras de ordem, faixas e bandeiras. Um futuro que a história um dia vai escrever e descrever.
E a geografia das caminhadas pelas ruas e praças feitas hoje vai se tornar história amanhã. A história escrita a partir da geografia de hoje será apropriada pelas elites do conhecimento, contada à sua maneira, de acordo com suas necessidades, objetivos e interesses.
Enquanto professores fazem a mesmice de sempre, estudantes vão mudando a história que será um presente ás novas gerações. Professores ocultos em salas dentro de instituições de ensino e alunos expostos ao tempo.
Enquanto professores fazem postagens de jargões de novelas, em redes sociais, os estudantes criticam a mídia televisiva que corrompe e seduz o telespectador, aquele que assiste sentado e conclui a partir do que vê. Com seu controle remoto na mão, não percebem que eles são os controlados. Como diria Boff, cada um enxerga partir do lugar onde pisa. Ou senta, ou deita no carpete de uma sala e bem acomodado. Mal se dando conta que o controle está naquele que se coloca diante da TV, tal como no romance político “1984” de George Orwell, onde a população era controlada pelo líder Big Brother, daqui surgiu o título de um programa, onde os personagens são vigiados o tempo todo.
Enquanto professores estão entre pagodinhos e cervejinhas, os estudantes vão se expondo e sendo dispersos por gases e controle policial. No final cada jovem, cada participante, cada estudante terá tido um ganho de conhecimento e aprendizado que nunca obteria dentro de uma sala de aula, ele foi um ator no palco social da história.
O futuro do país vai se delineando e tomando rumos ainda não muito bem definidos, só o futuro dirá. Estudiosos já determinaram o possível início da mudança mundial e o Brasil vai seguindo a tendência de outras nações. O movimento Occupy, um movimento em que o povo toma as ruas, talvez iniciado em 2011. E Leonardo Boff em seu exílio laboral observa de longe o que vem acontecendo no país.
A Era de Aquário, um novo milênio. Um cometa se aproxima, considerado como o cometa do século. Em janeiro de 2014 se dará sua aproximação máxima da Terra, dizem os astrônomos que será mais brilhante que a Lua, deixando uma enorme quantidade de poeira sobre o planeta. E “ao pó retornarás”? Novos rumos e novas vibrações no Universo. Em outros tempos a aparição de um cometa significava mudanças, e elas já estão acontecendo.
Todos os grandes resultados foram alcançados por aqueles considerados loucos em sua época, eles enxergam resultados onde outros não enxergam (MSG). Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. (1 Coríntios 1:27).
Se dissemos aos grandes e poderosos que uma casa é bela por ter flores na janela e pássaros em seu telhado, eles não conseguem fazer uma idéia desta casa. Mas se dissermos que uma bela casa com pássaros e flores à sua volta vale algumas centenas de reais, então eles exclamariam, mas que bela casa deve ser! Sensibilidade é para poucos. diria Marina Alves (MTA). Feeling tambem é para somente alguns.
Jornal de HOJE
Natal - Parnamirim/RN ─ 30/06/2013 Roberto Cardoso (Maracajá)
Cientista Social Jornalista Científico