UM ÓDIOZINHO LIGTH

Há quase unânimidade no repúdio ao ódio. Mas Nelson Rodrigues já dizia: - Toda unânimidade é burra. Nesse caso é burra e hipócrita. Sim, hermanos, quem não tem sua porção de odio? Só se fosse um santo e se esses existem neste nosso vale de lágrimas são invisíveis. Admito que exista quem não cultive o ódio, não rwgue o jadinzinho dos ódiozinhos, mas as sementinhas estão plantadas e germinando. Na verdade, o ódio é um sentimento inerente ao ser humano. Vou além quem não sente esse sentimento é um imbecil total. O ódio está entranhado no mais recôndito do nosso ser, no nosso âmago, numa espécie de geladeira, conservado, prionto para ser usado quando nos der na telha. Você pode disfarçar, mas sabe que ele existe, que está vivo e bulindo.

Vejam bem, há centenas de escritos falando que só o amor constrói e desancando o ódio. Mas até esses escrevinhadores tão amorosos não escondem o danado, se ele não vale nada por que é tão lembrado? Simplesmente porque existe, é um sentimento. É inesquecível. Balzac dizia: "O ódio tem melhor memória que o amor". E concordo também com Maquiavel: "Tornamo-nos odiados tanto fazendo o bem quanto fazendo o mal".

Deus me livre de pregar io ódio. Não. Sou contra a vingança, totalmente contra. Mas não consigop perdoar e nem esquecer quem me prejudicou, perseguiu, tentou até prejudicar minha família. Possuo um ódiozinho ligth, controlado,mas vivo. Posso não me vingar, mas esquecer jamais. Quem se diz apenas adepto do amor está querendo bancar o santo. E eles anão existem neste planeta. Tem mais uma coisinha: o amor e o ódio convivem juntos, às vezes em regime de promiscuidade. E priu.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/08/2015
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