Você se considera um escritor? 


  O fato de um indivíduo publicar um livro, ou vários, não faz dele necessariamente um escritor, pois se tiver recursos suficientes e um pouco de intimidade com o vernáculo, poderá juntar um monte de frases coerentes e publicá-las de forma independente.

  Fácil, fácil. Eu mesmo já editei cinco livros sobre temas variados, alguns com mais de trezentas páginas contendo profundas ilações subjetivas. Mas isso não faz de mim um escritor na verdadeira concepção da palavra. Quando muito,  posso ser considerado um entusiasta na arte das letras, tão somente

 Não quero dizer com isso que as minhas obras sejam desprovidas da essência necessária que possa chamar a atenção de um determinado segmento de leitores. Muito provavelmente nesse grupo eu consiga até uma certa popularidade, mas, certamente, a ele ficará restrita por não possuir, talvez, o embasamento necessário que me habilite a sonhar com voos mais altos.

Alguém já disse uma vez que escritor de verdade é aquele a quem se pode atribuir, com mérito, à obra produzida com base no que foi dito ou escrito, sempre condicionado ao fato das críticas favoráveis serem formuladas por quem de direito.

  No entanto, mesmo frente a essa rigidez de avaliação, uma ou outra manifestação literária, mesmo que simplista, pode passar incólume diante do crivo implacável dos profissionais do ramo, bastando para isso que contenha a pitadinha de sensibilidade suficiente que quebre a exigência formal de uma performance calcada nas normas que regem o mercado em questão.

 
É só ter um pouco de jogo de cintura e alguma perspicácia para deixar de ser apenas mais um rosto na multidão.


Nota: Este texto expressa o ponto de vista do autor 
Cronista
Enviado por Cronista em 18/08/2015
Reeditado em 23/11/2017
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