O TELEFONE
O TELEFONE
OSNI de Assis e SILVA
O telefone toca... O coração palpita! Para alguns é “stress”. Para mim não, mas aborrece. Meu círculo de conhecidos, amigos e tarefas a serem realizadas é grande. Bem cedo, ele já dá sinal: trim... trim... trim... Quando vamos descansar, após o almoço, o mesmo sinal. Já deitamos e ele toca: trim... trim... trim. Não gosto de deixar ninguém na mão, sempre atendo. Algumas vezes, o assunto é pura conversa fiada, “pra boi dormir”, como dizem.
Porém, agüento o incômodo porque há momentos bem agradáveis. Uma coisa compensa a outra.
Será mesmo que compensa?
Vejamos: Tem cada “chato de galocha”...
Tentamos várias vezes uma despedida telefônica bem rapidinha e ele corta logo, num relance de mestre, entrando com outro assunto bem chato. Tenho um conhecido, nem amigo mesmo é e quando anunciam ele ao telefone, trinco os dentes para a empregada. Coitada, ela não sabe de nada. Mas que dá vontade de esganá-la, dá! Esse é o campeão dos campeões. Só ele fala, inicia e termina a conversa. É um ditador telefônico, imaginem?
Telefone dependurado na parede ou em cima de mesinha é muito útil, não resta dúvida. Mas tem seus inconvenientes e muitos por sinal!
Penso em tirar umas férias. Para algum lugar que não tenha telefone. Melhor se tiver pássaros, rãs e grilos. Espero não encontrar por lá seriemas com gritos metálicos e agudos, pois creio ser pior do que o telefone.
Voltemos a ele.
Até hoje não recebi um telefonema, com notícias do tipo:
- Fulano, ótima notícia! Você ganhou aquele prêmio, sim senhor!...