"MOMENTO DE DEMOCRACIA OU BADERNA?" Crônica de: Flávio Cavalcante
MOMENTO DE DEMOCRACIA OU BADERNA?
Crônica de:
Flávio Cavalcante
O Brasil mais uma vez tentando acordar um gigante que insiste em dormir e roncar no berço esplêndido. Hoje a cidade maravilhosa amanheceu em festa. Jornais do mundo estampam nas suas principais páginas um momento de democracia onde em várias orlas marítimas dos mais variados estados do pais acontecem encontros de multidões pedindo a saída da presidente Dilma Roussef. A leoazinha acuada no meio de um covil de serpentes prontas para abocanhar a maior fatia do bolo. Partidos contrários fazendo festa na agitação se dizendo do lado do povo que mais parece uma gaiola cheia periquitos. Do alto, helicópteros registram o verde e amarelo gritando assombrosamente em mais uma manifestação que certamente vai virar um bla, blá blá cheio de abobrinha italiana. Mas será realmente uma democracia? Ou podemos dizer que seria mais uma baderna de interesse próprio de outros partidos querendo derrubar o atual governo, a fim de morder insaciavelmente o pedaço da carniça? Muito urubu se ver numa hora dessa, não acha?
Fazendo uma reflexão de tempos de outrora. Todos eles já foram raposas que se transformaram em lobos famintos e querem a todo custo o tapete arrastado e a queda da presidente. Mas já tiveram o poder na mão e nunca enxergaram mudanças. A panelinha está armada. As auréolas estão sobre a cabeça de cada um deles. Anjinhos de gravatas, gatunos, cachorros que não querem largar o osso e defendem seu território com unhas e dentes.
A fatia do bolo é tão grande que saem distribuindo para outrem. Estrangeiros desfrutam de nossos frutos que são vendidos por migalhas e depois retornam para o sua terra natal por uma bagatela de se enforcar. Aliás nem corda pode-se comprar mais na terra de Vera Cruz. O pasto é farto e o dar a césar o que é de césar é uma ida sem volta. Brasil, meu Brasil brasileiro, terra de buracos, e vendidas ao estrangeiro, terra de assaltos e muito dinheiro pra o bolso de administradores que se seguem veemente a regra do venha a nós e vosso reino nada. Obras espalhadas pela cidade inteira e com profissionais asnos que erram toda hora. Abrem buraco, fecha buraco, como se o erro deles não significasse nada monetariamente falando. Não sai do bolso deles; aliás, eles metem a mão no bolso alheio e tiram a cueca do cidadão pelo pescoço para sanar as sacanagens das apropriações indébitas e dão um cala a boca para o povo que já não tem mais pulmão para respirar.
Fico estupefato e admirado com a baderna engraçada desse país. A estatística revelou que numa parada gay teve muito mais participantes do que a multidão para tirar a presidente do poder. É ritmo de festa. 16 de agosto de 2015 ficou registrado mais uma tentativa de golpe de expulsão de um presidente. Não tem jeito. Como disse um cronista de uma revista famosa, tem mais gente reivindicando o direito de dar o rabo do que uma mobilização preocupada com a mudança de um país. Em pleno domingão, sol à pino, praia cheia com essa movimentação; brasileiro gosta de festa. Se mete no meio sem saber o que está acontecendo. Uma cerveja gelada, samba e sol.
FINAL DO DIA, UMA PIZZA PARA COMEÇAR A SEMANA BEM. FAZENDO JUS AO DITADO POPUPULAR, QUE NESTE PAÍS TUDO ACABA EM PIZZA.
Flávio Cavalcante.