Para onde vai o amor?
Para onde vai o amor quando ele deixa de existir? Impetuosamente senti essa pergunta entrar dentro de mim, e, impetuosamente, mais uma vez, tive certeza que (pobre de mim) não poderia responder uma pergunta de tal complexidade.
Lembro-me vagamente de ter escutado alguém dizer que para conhecer alguém de verdade, deve-se primeiramente saber de onde ela veio. Será que isso é mesmo verdade? Será que isso serve para todas as coisas do mundo? Mas o amor... vem de nós, de nossas idiossincrasias, de nossas semelhanças ou até mesmo de nossas diferenças. Como decifrar o indecifrável? Se o amor vem de nós, ele sou eu, ele é você ou todos nós juntos, ele está em nós. Então se ele morre, ele continua em mim? em você? em todos nós? Então ele não morre até que nós também morramos. Ele vive pra sempre, em forma de lembranças, de fotografias e canções, de lugares, de comidas, de gestos. O amor não morre, ele se encarna em um novo ser, em um novo semblante, em um novo alguém... Para que possamos degustá-lo até o fim... de nossos dias.
Pobre amor! Pensei até em comprar flores para homenagear os amores que já se foram, mas ele(s) nem (se) foi (foram), porque não existe um cemitério para o amor, existe o seu canto de repouso, de fortaleza, até que ele desperte outra vez, com um novo sorriso, com uma nova cor, porque o amor não morre, ele só espera o nosso tempo, o tempo em que possamos fechar as nossas feridas e abrir o coração para que ele, novamente, possa entrar!