Sofá vermelho
Ele passou correndo e nem notou ou não quis notar a garota que ansiava a sua presença. Eram sempre as mesmas falsas expectativas que a deixavam trêmula. O coração acelerou de tal forma que teve medo de que alguém ao seu lado pudesse ouvir os batimentos desordenados. As pernas tremeram, suas mãos perderam a cor e ficaram gélidas. Não tinha controle sobre seu próprio corpo e odiava isso.
Imaginou se ele não a estaria evitando ou se realmente não se importava tanto quanto ela, não podia culpá-lo por não estar apaixonado. Imaginou o momento várias vezes antes, nada aconteceu como esperava, foi como se não existisse. Não sabia para onde olhar, tudo parecia abusivo demais, triste demais, vergonhoso demais.
Ele retornou, da mesma forma, nenhum olhar, nenhum cumprimento. Estava belíssimo, vestido casualmente. Chegou a pensar se algo o deixava feio, duvidou. Logo desapareceu do seu campo de visão. Ficou sozinha, em um sofá vermelho, cheia de esperanças no coração e com a mente repleta dele, como sempre foi e talvez como sempre seria.