O HOMEM DO CAFEZINHO
Aquino por alguns anos esteve à disposição de um aparelho. Em 1983, quando desembarcou por conta da aterrizagem promovida pela abertura política foi logo dizendo que era homem de confiança da inteligência e sabia tudo da atividade, assim deram-lhe uma cadeira na agência.
O tempo foi passando e ele com dificuldades, então deram-lhe um treinamento e puseram-no na estrada, criaram outro problema, pois ninguém queria caminhar ao lado dele, era chato com a mania de estar sempre cutucando o braquirradial dos companheiros.
Num dia primaveril a equipe de observação descia a Borges de Medeiros até que uma mulher de meia idade correu e abraçou-o, mortas as saudades houve as apresentações mútuas entre sorrisos, até que ela desferisse o golpe fatal e tornasse o momento de tristeza, para o Aquino e de gozação para os demais. A amiga dele saiu-se assim:
- Sabe seu Aquino, até hoje o pessoal sente saudades do teu cafezinho, ninguém acerta aquele sabor. O chefe nem toma mais café!
Sim, sim, ele era o encarregado da nossa copa, sabem como são estas coisas de inteligência, até quem prepara o cafezinho tem quer da equipe, respondeu ela, quando um dos agentes perguntou.