CENAS DO COTIDIANO

Coisas acontecem no nosso dia a dia que, ao olhar de um bom observador, não passam despercebidas e sempre dão o mote para uma crônica.

Ontem eu levava meu neto Victor, dezenove anos, para a rodoviária de Belô/MG, no começo da noite. Parei num sinal de transito, já próximo do nosso destino, quando passou defronte ao carro um bêbado xingando as pessoas, gesticulando, provocando. Deu um bico na porta de aço duma lojinha de artigos a R$1,99 , tirou o pinto da braguilha e mijou no poste naturalmente.

Em seguida, veio um casal discutindo, o marido, obeso, empurrou a mulher rechonchuda de traseiro grande e ela, por sua vez, bateu-lhe na cara com sua bolsa ornada de fivelas. Ele deu meia volta, retrocedeu e ela desembestou na frente, misturando-se ao povaréu apressado.

Alertei o Victor para as cenas inusitadas que o cotidiano nos oferece ao longo do dia, seja manhã, tarde ou noite. É a vida pululando, latejando, fluindo aos nossos olhos. Disse-lhe que muitas das minhas histórias nascem dessas ocorrências e são matéria prima para a sua construção. Queria estimular meu neto a escrever, como fiz com outro neto, o caçula Tomás, hoje com dez anos de idade e que tirou bom proveito da lição.

O ônibus, com destino a São Paulo, estacionou, o Victor despediu-se e rumou para a plataforma, deixando-me sozinho com as minhas lucubrações.

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B.Hte., 14/08/15

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 14/08/2015
Reeditado em 14/08/2015
Código do texto: T5345977
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