O M E L E T E

Gosto muito de omelete que minha saudosa mãe chamava de "malassada" e uma tia minha de fritada. Prefiro as mais simples. Não gosto de omelete com muito enfeite e ingredientes estranhos. Tem gente que acha que omelete é comida de pobre. São uns brocoiós metidos a refinados. Omelete é um prato fino, desde a antiguidade.

Mas a minha intenção, nesta omelete maltraçada, é lembrar um ditado antigo mas que é muito verdadeiro: "Não se faz omelete sem quebrar os ovos". Não há como não interpretar corretamente esse ditado popular. É uma verdade abissal. Sejamos francos: não há almoço grátis, a não ser os regabofes parfa homenagear políticos, mas por detrás há sempre alguma vantagem, alguma mutrerta em andamento.

Sei que há os que querem usufruir do bo e do melhor apenas sentados ou em pé com as mãos nos quadris. São os chaleiras dos políticos, os aspones que ganham altoas salários sem enfiar um prego numa barra de saabão. Mas pagam um preço muito alto: a alienação do caráter.

Penso que é muito melhor comer uma omelete honesta e simples, feita com os ovos que compramos com dinheiro honesto, do que degustar uma iguaria estranha e que teve origem em alguma safadeza. Quem perde o caráter, perde tudo. E priu.