Essa menina sem amarras.

ahhh liberdade, essa menina que anda por ai aprontando em desatino, imperiosa, voluntariosa, por tantas vezes orgulhosa. A liberdade consegue ser ao mesmo tempo a melhor e a pior coisa do mundo...cada vez que eu livre, opto por algo, há sempre depois uma continha que devo pagar por cada escolha. Ela começa a morar na gente aos pouquinhos e conforme os anos vão passando ela cobra cada vez mais espaço, não se conforma em ser coadjuvante depois que experimenta o papel principal.

Ela nos é entregue num papel de embrulho colorido de encher os olhos, de início não sabemos bem manuseá-la, e com medo de quebrá-la ou danificá-la de alguma forma, nós a usamos pouco. Á medida que o tempo passa vamos nos dando conta de que ela é como um objeto novo e ficamos maravilhados com todos aqueles botões, não apertamos quase nenhum com medo de inutilizar algo que foi embrulhado com tanto esmero. Até que meio sem querer encostamos em um ou dois botões...e buumm adoramos os efeitos que eles fazem. E então, sem saber como foi ao certo, nos viciamos e um ou dois botões e começamos a apertá-lo com certa frequência. É simplesmente incrível poder sentir e desfrutar dos efeitos que jaziam escondidos ali naqueles botões tão singelos. É impar e difícil por em palavras. Não há metáfora que chegue, nem hipérbole que englobe o quão maravilhoso é. Até que esses botões nos quais você se viciou começam a ficar gastos, você os aperta e nada acontece. De início é desesperador, mas você se dá conta dos outros botões. São tantos, e todos tão bonitos. Nesse momento você sai apertando todos com avidez de criança que sai pra tomar banho de chuva. E ai, como se era de esperar você danifica boa parte deles. Você começa a se perguntar pra que tantos botões se eles se quebram com tanta facilidade, uns com mais facilidade que outros. Você pragueja aquela porcaria de objeto e quer atirar ele fora... Essa reação não chega a durar um segundo inteiro, até que você timidamente, aperta aqueles dois botões iniciais e descobre uma coisa maravilhosa: Eles voltaram a funcionar.

(quando eu fiz minha primeira e linda tatto)