IDEM SEM IDEM

Cada escrevinhador tem as suas predileções. Os sem talento nenhum, meu caso, gostam apenas de contar causos, acontecidos, histórias de sua cidadezinha, sua Miraí que não existe mais no tempo da moda. A globalização nivelou as cidades, acabou com o folclore, tá todo mundo globalizado. É bom? Acho que não, mas eu sou um saudosista inveterado.

Bom, vamos aos causos. Hoje vou contar dois, ambos referentes ao famoso Bar de Boé em Arcoverde, já ciontei alguns aqui neste Recanto.

Foi o bar mais sujo do mundo, mas também o mais divertido. Seu propietário era um filósofo e um tremendo gozador. O primeiro causo diz respeito ao emprego correto da apalavra IDEM. Uma certa época, Noé resolveu instalar no seu bar um miniaçougue. Era uma festa de moscas passeando sobre as carnes, o bar ficou ainda mais sujo. Mas o detalhe arretado foi que ele colocou na frente do balcão das carnes um cartaz dizendo o seguinte: CARNE COM OSSO: OITO MIL RÉIS. E abaixo: IDEM SEM IDEM: DEZ MIL RÉIS. Uma aula de português.

O segundo foi uma aula de saúde pública. Como o "cagador" tava muito infecto. imaginem o sanitário de um bar sujíssimo, próprio Noé chegou a conclusão que devia lacrá-lo, acabar com ele. Fez isso. Mas também mandou cavar um buraco bem profundo no final do bar, depois mandou colocar uma tora de pau inclinada dentro do buraco, e o cartaz afixado na tora dizendo o seguinte: MIJE NO PÉ DO PAU. NÃO CAGUE QUE É PERIGOSO.

Os dois causos são absolutamente verdadeiros. Juro.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 12/08/2015
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