O CONSELHEIRO ACÁCIO

Pode até ser que Eça de Queiroz tenha se inspirado em Henri Monrier, o criador de Monsieur Joseph Prudhomme, para compor o seu personagem, O Conselheiro Acácio, do roamnce "O Primo Basílio". Acácio era o rei do lugar comum, o homem das frases feitas. Não usava as expressões populares e comuns, mas as chapas batidas das etiquetas sociais. Era o rei da banalidade, chato de galocha, o padrinho e inspirador dos capachos que pululam adoidados naquilo que se convencionou chamar de sociedade.

Como não temos corte e nem monarquia, os nossos acácios agora são meros aspones, burocratas, experts nisso e naquilo, enfim, picaretas que adulam e divertem os poderosos de plantão. Hpa até consltores, gestores, especialistas em besteiras.

O Acácio de Eça era um tipo de cretino que cultivava uma certa dignidade, não era um vigarista comum, despudorado e venal, além de sem-vergonha demais. Os acácios de hoje são completamente sem caráter. E se o acácio de Eaça tinha pelo menos uma certa desenvoltura vocabular, os de hoje são completamente semianalfabetos culturais. São apenas uns capachos.

Em resumo: os acácios de hoje são uns vermes. E priu.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 11/08/2015
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