SEMPRE FUI UM PAI “AUSENTE”

Pois então, hoje é dia dos pais. E aí lembrei.

O que é ser ausente? A palavra significa afastada, distante e alheia. É isto.

Sempre fui um pai afastado, distante e alheio. Tenho orgulho disto.

Afastei-me do medo.

Fiquei alheio ao cansaço enquanto trabalhava mais para dar o conforto aos filhos.

Fiquei alheio à falta de tempo, e sempre acudi quando de mim precisavam.

Fiquei distante da falta de perspectiva. Ensinei a ter confiança.

Fiquei alheio ao fricote enquanto trocava as fraldas.

Afastei-me da ideia de não dar apoio na escola. Sempre fui o primeiro a incentivar.

Distanciei-me do temor para aconselhar da maneira adequada. Sempre dei bons conselhos.

Ausentei-me da ideia de não fazer companhia nas horas boas e ruins. Estive sempre presente.

E esta “ausência” é bem presente na minha mente. Por isso orgulho-me de mim mesmo.

Se alguém quiser orgulhar-se de mim também, sintam-se a vontade, pois ao ego não sou ausente.

E não me mande poesia. Envia-me um engradado de Skol, um pedaço de picanha assada e a foto da daquela senhora idosa, a dona Bruna Lombardi, autografada, mandando-me abraços!

E não adianta reclamar. Quando foi o dia da mulher e das mães, vocês colocaram na internet a foto daquele velhinho, o Richard Gere, segurando uma rosa vermelha na mão, e ainda suspiravam!

Assinado: Um pai metido e exibido!

Sérgio Clos 9/08/2015