A PRAÇA

Toda cidade tem os seus pontos tradicionais: a Igreja Matriz, o campo de futebol, antigamente o cinema e, claro, a praça principal.

De todos eles, o mais tradicional sempre foi - s será - a praça. A praça que Castro Alvez dizia ser do povo como o céu é do condor. A praça ponto dos passeios e namoros. A praça das primeiras juras de amor dos namorados. A praça das emoções românticas que ficaram para sempre em nossas mentes e corações.

A principal praça de Pesqueira foi sempre a Praça Dom José Lopes. Hoje ela está mudada, foi totalmente reconstruída, não é mais a praça romãntica e telúrica dos anos dourados, mas uma nova praça adaptada para grandes eventos como os tempos atuais estavam exigindo. Pena é que o preço do progresso seja sempre o sacifício do passado.

A praça era, portanto, o ponto de encontro das pessoas, principalmente dos mais moços. Antes da sessão do cinema era de praxe o passeio na praça, bem como nos domingos e feriados. Na praça também, à noite, se reuniam as patotas de marmanjos que discutiam, às vezes acaloradamente, futebol e política, ali tamabém funcionava a DIVA - Departamento de Informação da Vida Alheia. A praça, resumindo, era mesmo o local mais procurado e popular da cidade.; O movimento só diminuia na hora que a sirene do cinema apitava anunciando que a sessão ia começar. Apóso filme alguns notívagos ainda ficavam batendo papo, inclusive nas madrugadas era comum os seresteiros darem uma canja musical. Mas depois sópassavam pelo local os retardatários vindos do Cipitinga (o cabaré de Pesqueira).

A praça de antigamente passou, mudou radicalmente. A antiga ficou só na nossa recordação, nas lembranças de vovôs e vovós. Estes quando ouvem aquela música cantada por Ronnie Von que fala na mesma praça, no mesmo banco e etc e coisa e tal, vão às lágrimas, uns choram explicitamente e outros choram por dentro. A nossa praça virou sentimento. Só saudade de um tempo em que a gente era feliz e anão sabia. Viva a nossa praça. E priu.