F U R A D A

Quem viveu o final dos anos 50 e começo dos 60, sabe que hoje quase não existe mais os preconceitos daquele tempo. Graças a Deus.

Vejam bem, hermanos, naquela época, como disse numa maltraçada anterior, a mulher só tinha dois direitos, gritar "Xô, galinha! e "Cala a boca, menino!". É claro que me refiro ao sertão pernambucano, mas, creio, que era o que acontecia em todo o interior do país. Para dar um exemplo, a mulher desquitada era tão discriminada quanto as putas.

Mas havia um putro tipo de mulher que era ainda mais discriminada, de uma forma raivosa, odiosa, truculenta: era a moça que perdia a virgindade e o causador não casava com ela. Ela era estigmatizada, repudiada, isolada e tinha que se mudar, nenhuma moça queria ser sua amiga e nem falar com ela, é como se estivesse com "bexiga preta". Tem mais: jamais teria a sorte de se casar, nenhum homem se interessava por ela.

Mas fui testemunha de uma exceção. Um sujeito que conheci, disposto e independente que não ligava pirioca nenhuma para a opinião pública apaixonou-se por uma moça que perdera a virgindade, e ela por ele. O cara anão coultou ninguém e resolve se casar com a moça. Nem a sua famaília, devido ser um cara meio explosivo, tentou demovê-lo da sua decisão. Mas a madrinha dele, uma velha beata, chata que só a gota serena, falsa moralista, santinha do pau ôco, resolveu impedir o casamento porque era madrinha do noivo. Foi a ele, depois de ter os seus apelos rejeitados, resolveu partir para o argumento canalha. Disse: "Meu filho, como é que você vaise casar com uma dona que já é furada?". Ele respondeu com raiva e firme: "Madrinha, eu conheço todos os seus podres, pai me contou, olhe eu não vou precisar daminha noiva para carregar água, ela não é uma lata. Vá à merda, madrinha e com crase.Casou e foram muito felizes.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 06/08/2015
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