Evolução

Em tempos de antão, quando todas as cidades tinham Lojas Brasileiras, Casas Pernambucanas, uma agência do correio e a Coletoria Federal um coreto e uma figura popular, que identificava o pequeno rincão, além do padre, do médico, do farmacêutico que extraía furúnculos, e um xamã, que curava o mal de simioto, a grande loja que vendia de tudo: peixe salgado, queijo meia cura; ; sapatos; tecidos; armarinhos; arroz e feijão a granel; canivete; faca e bornal; malas de papelão e chapéu Cury, tinha brinquedos e biroca, hoje bolinha de gude; o cheiro do recinto era inenarrável, reúna o aroma de tudo o que eu relacionei, e saberá o odor que sentíamos naquele enorme recinto comercial, cujo dono vendia fiado, aceitando cadernetas e pagamentos no final do mês.

Hoje as grandes lojas possuem cheiro específico, como se uma idiossincrasia comercial: a Melissa cheira a chiclete, como se os usuários não fossem calçar as sandálias, que ali são vendidas, e sim coçar a gengiva do nenê; as casas de bebida cheiram a carvalho, como se fôssemos dormir à sombra daquela madeira e não sob o efeito do álcool que estamos comprando e sorvendo. Ah!!! Como tudo evoluiu, e nos fez tornamos escravos da evolução; sei que preciso do celular, com o qual falo imediatamente no Japão, sem me valer de telefonistas intermediárias, e falo com meu filho que gazeteou aula, mas sei também, que com os novos aromas que identificam as lojas...passei a comprar papel higiênico via computador

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 05/08/2015
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