C A R T O L A

Não, hermanos, não se trata dos cartolas da Fifa, nem dos que a CPI do Romário vai investigar, nem do saudoso compositor da música "As Rosas não Falam" e nem da cartola feita com banana, queijo, açúcar e canela.

Refiro-me ao danado do jogo virtual denominado Cartola FC. O meu neto foi contagiado por essa febre. E como é meu assessor para assuntos de informática, digita meus trecos no computador porque tenho as mãos trêmulas devido aos remédios que tomo para asama, se acha no direito de me infernizar para ouvir as asuas análises, comparações, estratégias e escalação do seu time para sos jogos de fim de semana. O menino sabe tudo dos times e dos jogadores, e eu quase nada, mas ele me importuna com as suas avaliações, discorrendo, me pedindo opinião, a semana passada e esta não digitou nada quem está digitando é minha neta e o preço dela é alto. Pois bem, estou eu lendo meus livros ou rascunhando minhas maltraçadas e ele chega com a tal avalição para o Cartola FC. É auma verdadeira bolsa de valores. Pensam que é quinze minutos ou meia hora? Não, às vezes ele passa duas horas conversando e até rascunhando o time para digitar. De vez erm quando dou um cochilo e ele irritado grita: - Vô!, que é isso, véio, está me desconsiderando? Tá me achando chato? Qiando é pra digitar suas coisas me chama e agora que eu estou precisando de alguém para decidir a escalação você dorme! Preste atenção véio". E tome conversa, dou outro cochilo que nao sou de ferro e ele me repreende, eu esntão para enrolar chuto: "Bote Ricardo Oliveira, ele faz muito gol!". O garoto se irrita: "Masx é muito caro, eu tenho que economizar para botar um jogador de meio campo valorizado". E recomeça o falatório, até definir o time, aí vai comer um hamburguer e tomar uma coca e me deixa em paz.

Se eu pudesse dava auma pisa em quem inventou o danado desse jogo. E priu.