Jobi
Jobi
Jobi, apenas um nome e, ao mesmo tempo, um carrossel de neóns...uma roleta, preto - vermelho – preto, sem parar... lá, estão os amigos, sempre sedentos ... um lugar onde a vida pulsa ao sabor de um barco à deriva, pronto a enfunar as velas e lançar-se no mar alto. Um confessionário profano, palco de nossas transgressões, sabendo que quando a noite findar, tudo estará escondido sob o sol correto do dia seguinte. Jobi, torre de Babel, vício dos inquietos, cocaína dos filósofos, fauna para os poetas. Sob os humores do álcool as palavras fluem, as trocas e juras se perpetuam. Jobi é a nossa sala de visitas, a mãe que aceita numa boa a mentira deslavada, o impropério, o desbunde, o choro convulso de um bêbado.
Em meio à fumaça, luvas esquecidas da menina moça, a carteira no chão do velho solitário, o valentão impotente na sua boçalidade, a bicha fatal e sua taça de vinho, o amigo que se foi...
Jobi é uma sala de espelhos, um bloco sem nome num baile de máscaras...
Jobi, nunca se vá, pois és o alimento feito da matéria dos sonhos...
Paschoal Villaboim Neto