CORTA-JACA FUTEBOL CLUBE

Dizem que Dom João VI quando fugiu de Portugal, com medo de Napoleão, além da família real da qual faziam parte a mãe doida varrida e a esposa fogosa e destrambelhada (Carlota Joaquina), trouxe também todo o seu séquito de vadios, cortesãos e o escmbal de ociosos. Há quem afirme que ele foi quem introduziu e desenvolveu no Brasil a cambada de cortas-jacas profissionais que costumam chamar de cordão dos puxa-sacos, turma da compota e turma do cafuné (essa infesta Pernambuco, são aspones que se oferecem para dar até cafuné nos graúdos).

A verdade é que essa tropa de choque, ou seja, de corta-jacas persiste até hoje. Apesar de toda sorte de diversões, os graúdos incrustrados no poder, até mesmo em cidades onde o cão perdeu as botas, não dispensam esse time, o Corta-Jaca FC.

Nãso apenas aumentou em numero, óbvio, essa curriola mas em percentual. O Brasil é o país quem tem mais corta-jaca por metro quadrado. Mas se aumentou em número e percentagem, regrediu em qualidade. Antes, o tempo da família real e mesmo depois dela, eram recrutados para compor esse time grandes artistas, alguns inclusive participantes da Commedie Delle Arte. Quando tiravam a fantasia de pierrô ou de arlequim, eram cidadãos decentes. Mas hoje a maioria é semianalfabeta, medíocre, apenas moleques de recado, safados e alcoviteiros.

Mas esse time pulala excitado, frnético e num frisson da gota serena do Oiapoque ao Chuí. Sempre prontos a prover o copo do chefe de uísque e gelo, escovar paletós, abrir a braguinha deles nos sanitários quando os chefesd estão bêbados, alguns chegam ao cúmulo de dar uns tapinhas no documento do chefe para os três pinguinhos não ciarem na cueca, além, claro, de servirem de alcoviteiros, arrumando mulheres para os chefes. São pau para toda obra.

Pergunto: quem émais sem caráter, os participantes do Corta-Jaca FC ou quem dá trela a ele? É claro que os que se servemdessa cambada são muito piores. Ah, Brasil.