Na sua estante (não é a música da Pitty)
Sempre quando vou na casa de alguém, eu reparo em tudo (eu sei que é feio, mas não posso evitar, sou muito observadora), mas reparo principalmente na estante da sala, onde geralmente é repleto de fotos de família. Sou louca por fotografia e adoro olhar uma foto e tentar ler a história por trás daquela imagem.
Acho legal quando uma casa é repleta de fotos, traz a ideia de união, família, de boas histórias. Depois de perceber muitas fotos em muitas estantes, fui conferir se eu existia na estante de alguém, a princípio achava que não, mas deixei passar o mais óbvio, a estante da minha vó. Fui dar aquela checada básica e lá estava eu na minha festa de 15 anos e com meu irmão. É como se dissessem “ ó, estes aqui fazem ou fizeram parte da minha vida, são pessoas queridas!”.
É interessante observar que, mesmo com toda a tecnologia, as pessoas ainda mantêm o porta retrato físico, com a imagem de alguém querido, o que eu prefiro mil vezes. Vivemos em tempos que a internet aproximou quem está longe e distanciou quem está perto. Cada vez mais raro realmente prestarmos atenção no que alguém diz. Cada vez mais raro olharmos no olho e não na tela. Não sei porque, mas acho que enquanto alguém estiver na estante de outro alguém um abraço ainda vai ser mais importante que um clique.