imagem: vista do Mirante do Cristo, BR 040
Na Serra
Ontem, ao descer e subir a Serra - BR 040 - para um passeio, fiquei um tanto triste; não vi mais a água que escorria das pedras. Não vi as minas e fontes que costumavam jorrar na estrada Rio/Petrópolis. Devido às obras de duplicação, milhares de árvores foram cortadas, e seus tocos permanecem ainda, como prova do verdadeiro assassínio do qual foram vítimas em nome da mobilidade e da praticidade..
A ampliação da estrada trará à Petrópolis o famigerado "progresso." Mais pessoas virão para cá. Algumas delas começarão a morar, quem sabe, em um dos mais de trinta enormes condomínios que estão sendo construídos em áreas antes preservadas de Correas, Itaipava e Nogueira. Se já há a falta d'água para os que aqui estão, fico me perguntando como será quando a população for quase duplicada. Penso nos engarrafamentos que estas pessoas enfrentarão todas as manhãs ao se dirigirem ao trabalho e ao voltarem para suas casas.
vegetação na BR040
Muitos vem morar aqui em busca de uma vida mais calma e de um espaço mais verde e fresco; alguns vem em busca de água pura de boa qualidade. Acho que se decepcionarão quando perceberem que estas coisas estão cada vez mais ausentes. Quase não houve inverno em Petrópolis em 2015. Os verões estão cada vez mais quentes e a água, cada vez mais rara.
Dentro do carro, lembrei-me do alívio que eu sentia quando, ao voltar das férias na região dos lagos, começávamos a subir a serra e abríamos as janelas do carro para sentir o perfume da floresta e o frescor do anoitecer. Assim que fazíamos a curva em Duque de Caxias e começávamos a subir, a mudança no clima era sentida. Ontem, ao percorrer a estrada e ver as marcas ressecadas sobre as rochas, onde antes escorria água de mina, senti muita tristeza. Estava tudo seco. Seco e quente.
Eu entendo que as coisas precisam mudar. Entendo a necessidade do progresso. Mas também entendo que deveria haver mais controle e menos especulações financeiras controlando o progresso. As encostas de Petrópolis, invadidas, desabam nos períodos de chuva - e por isso mesmo, não sei se a diminuição drástica das chuvas é um fator positivo ou negativo. O que vale mais: preservar as encostas e minas d´agua, a flora e a fauna, ou as construções irregulares onde moram milhares de famílias? Decisão complicada e dolorida, pois qualquer que seja a conclusão, saímos perdendo.
Na Serra
Ontem, ao descer e subir a Serra - BR 040 - para um passeio, fiquei um tanto triste; não vi mais a água que escorria das pedras. Não vi as minas e fontes que costumavam jorrar na estrada Rio/Petrópolis. Devido às obras de duplicação, milhares de árvores foram cortadas, e seus tocos permanecem ainda, como prova do verdadeiro assassínio do qual foram vítimas em nome da mobilidade e da praticidade..
A ampliação da estrada trará à Petrópolis o famigerado "progresso." Mais pessoas virão para cá. Algumas delas começarão a morar, quem sabe, em um dos mais de trinta enormes condomínios que estão sendo construídos em áreas antes preservadas de Correas, Itaipava e Nogueira. Se já há a falta d'água para os que aqui estão, fico me perguntando como será quando a população for quase duplicada. Penso nos engarrafamentos que estas pessoas enfrentarão todas as manhãs ao se dirigirem ao trabalho e ao voltarem para suas casas.
vegetação na BR040
Muitos vem morar aqui em busca de uma vida mais calma e de um espaço mais verde e fresco; alguns vem em busca de água pura de boa qualidade. Acho que se decepcionarão quando perceberem que estas coisas estão cada vez mais ausentes. Quase não houve inverno em Petrópolis em 2015. Os verões estão cada vez mais quentes e a água, cada vez mais rara.
Dentro do carro, lembrei-me do alívio que eu sentia quando, ao voltar das férias na região dos lagos, começávamos a subir a serra e abríamos as janelas do carro para sentir o perfume da floresta e o frescor do anoitecer. Assim que fazíamos a curva em Duque de Caxias e começávamos a subir, a mudança no clima era sentida. Ontem, ao percorrer a estrada e ver as marcas ressecadas sobre as rochas, onde antes escorria água de mina, senti muita tristeza. Estava tudo seco. Seco e quente.
Eu entendo que as coisas precisam mudar. Entendo a necessidade do progresso. Mas também entendo que deveria haver mais controle e menos especulações financeiras controlando o progresso. As encostas de Petrópolis, invadidas, desabam nos períodos de chuva - e por isso mesmo, não sei se a diminuição drástica das chuvas é um fator positivo ou negativo. O que vale mais: preservar as encostas e minas d´agua, a flora e a fauna, ou as construções irregulares onde moram milhares de famílias? Decisão complicada e dolorida, pois qualquer que seja a conclusão, saímos perdendo.