Perto da felicidade
Sentada à janela percebi uma fumaça do outro lado da rua, esvaindo-se no ar e misturando-se às nuvens alvas. Logo uma introspecção me veio à mente: quantas pessoas viveram um amor que chegou bem perto, aconchegante e contagiante. Horas de sonhos e planos os quais tornaram-se minutos de alegria e prazer imagináveis tão esperados ao longo de um tempo, mas que se transformaram em fumaça.
Daí um questionamento: porque surgiu? Porque despertou tantas ilusões? Quais os limites impomos a nós mesmos para usufruir de uma felicidade? Que valor têm as convenções sociais para que um amor perdure? Quantos grandes sentimentos e afinidades esvaem-se por medo de enfrentar uma realidade! Até mesmo medo da felicidade! É como tentar pegar um doce ao alto e por medo que fuja das nossas mãos, ele acaba caindo ao chão.
Às vezes a felicidade passa tão perto e não sabemos lidar com ela e a perdemos. E quando vem a amargura, a solidão e a saudade, pode-se refletir sobre o porquê dos nossos medos e covardias se nascemos para ser felizes, para amar e ser amados.
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