Pegadas
Um dia te vi passar e imaginei-te apenas um transeunte qualquer que atravessava as areias de minha vida, e que aquela passagem não significava nada como tantas outras...
Aos poucos fui percebendo que tuas pegadas em minhas areias estavam marcadas, e vi-me forçada a observá-las, embora não entendesse a força de uma curiosidade insana que me dominou.
Perguntava-me infinitas vezes o porquê de tamanha curiosidade, afinal pegadas são apenas pegadas, e nada mais poderia haver de interessante, mas como um redemoinho me dominava, continuei a questionar-me sobre essas pegadas...
De repente, em um clarão de insanidade, veio-me a resposta: não dava para fugir, tinha que correr, seguir as pegadas para não me perder de ti ou mesmo impedir que o vento as apagasse, e assim não soubesse voltar para mim.