Pegadas

Um dia te vi passar e imaginei-te apenas um transeunte qualquer que atravessava as areias de minha vida, e que aquela passagem não significava nada como tantas outras...

Aos poucos fui percebendo que tuas pegadas em minhas areias estavam marcadas, e vi-me forçada a observá-las, embora não entendesse a força de uma curiosidade insana que me dominou.

Perguntava-me infinitas vezes o porquê de tamanha curiosidade, afinal pegadas são apenas pegadas, e nada mais poderia haver de interessante, mas como um redemoinho me dominava, continuei a questionar-me sobre essas pegadas...

De repente, em um clarão de insanidade, veio-me a resposta: não dava para fugir, tinha que correr, seguir as pegadas para não me perder de ti ou mesmo impedir que o vento as apagasse, e assim não soubesse voltar para mim.

valene
Enviado por valene em 02/08/2015
Reeditado em 13/07/2020
Código do texto: T5332230
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