Querida Pafúncia
Repentinamente, lembrei-me de você. Não que seja nada importante, mas fiquei surpreso, já que já são quase 4 da matina, e não havia em absoluto por que me lembrar. Esquisito, né?
Talvez porque nunca lhe vi, e você jamais teve a oportunidade de me aporrinhar. Aliás, nem lhe conheço. Mais aliás ainda, nem sei se existe alguma Pafúncia no Brasil, ou no mundo.
Talvez no Japão, porque me disseram que este nome é muito comum por lá. Não acreditei muito... Hermengarda ou Criolina, talvez...
Mas Pafúncia, você é uma pessoa muito importante para mim!
-Sério!
Esta impossibilidade de você reclamar de uma chícara que não botei na pia, ou de que o dinheiro está curto, ou de que eu fico demais no computador lhe tornam na mulher ideal.
Pena que você se chame Pafúncia, porque com este nome, nem tendo um piupiu de aço eu teria coragem de encarar...
Sabe, é que não dá para botar apelido:
- Papá, vem cá! Não dá...
- Fufú, vem fufú... Também não dá...
- Fúncinha, vem dá beijo no Papá! Cruz-credo!
Assim, manterei eternamente este meu amor impossível e confortável, desde que eu só me lembre dele entre as quatro e quatro e quinze da manhã a cada dia 26 de maio dos anos pares.
Só acho que seu pai foi um sacana botando este nome fudido em você. Leopoldina Maria ficaria bem melhor...