Incandescência
Incandescência!
Verdadeira tocha radioativa ilumina o lugar! Paradoxal é o que acontece no local! Como o frio pode se tornar tão quente! “Elementar meu caro Watson!” teria dito Sherlock Holmes ao seu amigo médico! Afrodite se instala e cobra um alto preço para carregar nos seus braços voluptuosos, aquela, que, foi por ela escolhida! Pulsante a Escolhida refaz os caminhos de Afrodite no leito de Ares, acariciando o corpo com um sabonete de erva-doce.
Antes do nascer dos primeiros raios do Sol tudo fica mais erotizado, pois, tudo pode acontecer nas profundezas carinhosas da noite!
O sabonete rodopiava suas nervuras macias ensaboando a Eleita da divindade! Aos seus pés redemoinhos levam as sementes numa evocação aos aqüíferos azulados, ladeados pelas mais belas flores! Ali da espuma das ondas nasce a deusa do amor ... Aos seus pés os verdes das gramíneas se misturam aos seixos rolando caricias no leito do riacho, e, os peixinhos afivelam-se aos seus tornozelos encharcando-os com suas cores!
Pulsa o sangue na têmpora da Eleita, escorre por seus ombros as águas das rosas despejadas pelas mãos de Eros numa ânfora diáfana. Fogo e água se unem, numa luxuriante evocação a mocidade e todo o seu esplendor! Neste complexo mundo de prazeres ninfas, sátiros e faunos dançam sob ás águas frias numa cadência marcada pela sinfonia sensual da flauta de Pan.
Um suspiro profundo e dionisíaco marcou seu rosto com o sinete de Ares para ela não esquecer que a ele pertencia! Atormentada pelo sagrado e o profano lamenta não poder estar sentada naquela mesa embebida de bechamel carregando no colo as vestes virginais de uma bacante!
Esta visão telúrica dos rompantes do amor, rapidamente, desaparece através da voz sonolenta de Maria Imaculada. “ Romilda você vai demorar muito neste banho!?”