Postos de gasolina.

A primeira coisa que pensei ao acordar foi "sem gasolina". Por algum motivo a mim ainda não revelado não gosto de abastecer o carro. Na verdade, tenho alguns palpites para tamanha aversão. O mais óbvio seria a perda de dinheiro. Sempre tenho que fazer longos percussos e com eles se vão a minha gasolina. E eu, como escrava do meu próprio veículo, sou forçada novamente a me dirigir ao posto de gasolina.

Depois, posso citar a perda de tempo. Em uma cidade como a minha, que planejamento é um termo ainda desconhecido, perder cinco minutos no posto (isso considerando que não tenha fila, que a máquina de cartão funcione perfeitamente e, esse é o principal, que o frentista tenha acordado feliz) equivale a três vezes (ok, números totalmente hipotéticos) mais carros na minha frente, corroborando para o nem tão pequeno atraso em toda a minha rotina. Enfim, creio que já me fiz entender. Não curto postos de gasolina. Ponto.

Pois bem, naquela manhã, ao passar pelo posto que sempre abasteço (o mais barato da cidade) notei que ele estava fechado. E, como sempre, a reserva do meu carro estava no limite e a qualquer momento ele poderia simplesmente se recusar a andar. Então, tive que arriscar pisar em território desconhecido. Parei em outro posto que estava no caminho.

Fui agraciada com um rápido atendimento. Fiquei feliz.

Na hora de pagar, o frentista me perguntou se eu já fazia parte da promoção.

Eu sei que lá que promoção era aquela, só sei que digitei meu CPF com a rapidez de quem digita a senha para impedir a explosão de uma bomba nuclear. Quando acabei de digitar, o frentista falou (nada) empolgado "agora você faz parte da promoção...". Pisquei e perguntei na lata "o que eu ganho?". Ele riu, como se nada daquilo fizesse sentido para ele também. Então me respondeu gentilmente que eu estava concorrendo para ganhar o ingresso para o show tal (essa promoção nunca acaba - ele mesmo acrescentou, talvez cansado de repeti-la) e pontos para viajar.

Guardei o recibo, me dando por satisfeita. Desejei um bom dia e fui embora. Ao longo do meu trajeto, tive o desprazer de notar que só subiu três tracinhos no meu painel. Ou seja, litro mais caro, menos gasolina. Algum alarme soou dentro do meu peito, me dizendo que logo logo eu iria parar em um outro posto de gasolina...