Em zona de conforto
O maior confronto que o ser humano tem é com seu próprio medo, que foi e ainda é um sustentáculo para a evolução humana através do instinto de preservação, presente no intimo do ser. Na base do “maior” medo individual de cada um, encontra-se a sua grande oportunidade evolutiva. Na predisposição intima voluntariosa em manter nossos temores em “zona de conforto”, a ilusão apresenta-se como uma ferramenta útil, mas involutiva. Muitos conhecem os efeitos paralisantes do medo, que atinge este nível, após sucessivas fugas do indivíduo de se confrontar de forma lúcida com problemas diários. Muito criativa, a mente é capaz de criar soluções que mascara o confronto com nossos medos, envolvendo-nos em uma capa ilusória de proteção. Acredito que enquanto o medo fizer parte das experiências humanas, a mentira se apresentará sob a ilusão de uma saída, onde o real confronto decai para segundo plano. Talvez a omissão represente um elo, um degrau abaixo da verdade e acima da mentira. Haja vista o medo ser algo muito mais arraigado e difícil de tratar, neste quadro os confrontos com nossos medos seriam evolutivos, caso optássemos na maioria das vezes pela verdade.
Em função de nossos medos, nossas ilusões são portos seguros para nós, uma fuga da realidade que nos massacra.
O homem das cavernas tinha infinitos motivos para ter medo por não estar naquele momento no topo da cadeia alimentar e dar os primeiros passos neste mundo que lhe era hostil, vivia puramente por instintos.
A evolução caminha de geração para geração e hoje o homem é intuitivo e trabalha a sua evolução dentro do coração.
Na terra há seres nos mais variados estágios da evolução, cada um vivendo a sua verdade, é a diversidade da vida e se aqui estamos, é um grande aprendizado.
Saber que o outro ser só mudará de estágio evolutivo quando o mesmo estiver pronto para isso, e pode levar vidas e vidas, até que ele viva todas as suas experiências é de grande ajuda, pois evita confrontos desnecessários e nos afasta cada vez mais das lutas, bandeiras ilusórias.
Um mestre dizia-me que no caminho espiritual não há luta, custei a compreender a essência desta afirmação, mas hoje faz sentido para mim. Luz