Núbia Lafayette

        Ela morreu ontem, 18 de junho de 2007, às 13h15, no Hospital de Clínicas de Niteroi. Aos 70 anos, Núbia fora atingida por um acidente vascular cerebral hemorrágico, assim atestaram seus médicos. 
       Como fiz quando Emilinha Borba morreu, deixo registrado no meu site, a minha saudade da doce Núbia.
 
       Oh! Quantas vezes a ouvi interpretando apaixonadas canções, nos meus inesquecíveis tempos de cabarés e serestas.
        Em todos os lupanares que frequentei, na minha vidinha de solteiro pecador, ela, invariavelmente, estava presente em langorosos e comoventes
long-plays. 
       Suas músicas ajudavam a nós, mancebos românticos dos anos 1950, a aliviarmos nossas repetidas dores-de-corno...
        Não apenas uma, mas centenas de vezes, Núbia, cantando Argumento, Fracasso, Fica comigo esta noite,  ajudou-me a beber meu cuba-libre lembrando-me de alguém que, num momento qualquer, eu possuíra, e que partira sem dizer "adeus!" Sou-lhe , por isso, eternamente grato...

        Idenilde da Costa Araujo, uma norte-riograndense, da pequenina Açu, veio à luz no dia 21 de janeiro de 1937.
        Coube ao Adelino Moreira dar-lhe o nome artístico: Núbia Lafayette. 
        E fez mais por ela: encantado com sua voz, confiou-lhe a interpretação de suas canções, com a total aprovação do Nelson Gonçalves, o cantor predileto do saudoso compositor de A volta do boêmio.

          Repito: estão indo os meus ídolos.  Da velha guarda, restam o Cauby e a Ângela Maria?
         Como disse por ocasião da morte da Emilinha, a melhor maneira de se homenagear o cantor e a cantora queridos que partiram, é  ouvir seus discos e CDs.
 
        Fecho esta crônica -  já passa da meia-noite - escutando Núbia cantar Devolvi, o seu primeiro sucesso.
       É pouco, muito pouco, para matar a saudade da meiga cantora que os anjos acabam de levar, para animar as serestas lá do céu...  
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 19/06/2007
Reeditado em 13/09/2013
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