Morte para muitos é um tema assustador, traz desconforto, medo, uma avalanche de sentimentos negativos. A imaginação visualiza penumbra, tristeza, um cenário desagradável.
E quando se refere à vida, o sentimento é exatamente o oposto.
A verdade é que a vida é composta por uma sequencia de mortes.
O que não tem mais volta o que deixa de existir, denominamos de morte.
O que aconteceu há um segundo, já não existe mais, já passou.
Quando nascemos, entramos no processo de evolução sem retrocessos, todas as fases deixadas para trás, morrem.
Quando deixamos de ser bebê e passamos para uma fase de maior entendimento, houve a morte da fase anterior.
Quando a criança entra na fase adulta, a dificílima adolescência é preciso que a criança deixe de existir para que nasça o adulto, e assim sucessivamente.
Quando experimentamos o fogo da paixão, que achamos que jamais viveremos sem a realização do ardente desejo e quando este se realiza e cai na rotina, a paixão acaba e aí sem percebermos a morte está novamente presente.
É necessário que o inverno termine para que a primavera comece e o verão só acontece com a despedida da primavera e este quando cumpre o seu ciclo abre as portas para o outono e assim começa tudo de novo.
Imagine se ficássemos presos a uma única estação do ano ou a uma única fase da vida, se fossemos eternamente bebês.
Certamente a vida não teria nenhum sentido se não houvesse a morte.
A vida é um processo composto de ciclos, e estes estão presentes no micro e no macro.
Quando se trata do micro, não atentamos para a morte, mas quando pensamos no macro, em deixarmos o nosso corpo físico para que se cumpra o ciclo da vida, aí entramos em pânico.
Isso se deve à nossa cultura ocidental que está limitada ao plano material, não conseguimos enxergar para além do mundo físico, mas sabemos, ou melhor, intuímos que a vida é bem mais que esta breve passagem pelo corpo físico.

Enxergando todo este processo, chegaremos à conclusão de que a morte é tão necessária quanto à vida.  
HILDA STEIN
Enviado por HILDA STEIN em 26/07/2015
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