Sobre a Sexta Arte
Rituais estáticos calam-me inciso. / Daí que sinto minha alma se abrindo de dentro para fora. / É quando caio, lamento, no velho ofício tortuoso desde sempre. / Questiono-me na sinfonia intátil do silêncio, / debruço-me no universo enigmático da sexta arte, / arquiteto palavras, / esmiúço o abstrato, / empresto novas formas ao pensamento, / desprezo regras essenciais, / crio as minhas constantemente, / contrario a ordem mística dos fatos, / crucifico tais crenças, / estilhaço-me em pedaços como um objeto que foi partido, / e se no mais persisto, / outra vez viro pó ao vento, / busco enfim todas as formas de decifrar em mim o que se passa comumente, / logo é inútil, / porque vejo minha existência abalizada pelo intangível, onde jamais esteve próxima a nenhum contentamento. / Retomo o início do parágrafo, / volto a me ler como sempre...
[Van Tóffili]
Das crônicas Tofilliana: Para o Dia dos Escritores.